Um homem de 64 anos, infetado com o novo coronavírus, morreu na quinta-feira em Paços de Ferreira, disse hoje à agência Lusa o vereador da área da Saúde da Câmara Municipal, Paulo Ferreira.
Segundo o autarca, a pessoa morreu numa unidade hospitalar, onde estava internada.
Esta quinta morte foi avançada por Humberto Leão de Brito, presidente da Câmara de Paços de Ferreira, no Facebook.
"Com 4 registos positivos, faleceu ontem à noite no nosso concelho a primeira pessoa com diagnóstico de COVID-19", disse o autarca naquela rede social.
"Expresso os meus sentimos à família enlutada", acrescentou.
Esta é a quinta morte em Portugal segundo fontes oficiais. Ontem morreu uma idosa em Ovar com 84 anos.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou ontem o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira.
Dos casos confirmados, 696 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
A epidemia de coronavírus já matou 10.000 pessoas em todo o mundo, segundo os números da Universidade John Hopkins.
Ministros reunidos
O Governo volta hoje a reunir-se em Conselho de Ministros para debater as medidas de apoio social e económico para a população afetada pela pandemia de Covid-19, depois de na quinta-feira ter apresentado um primeiro lote de medidas de concretização do estado de emergência.
A reunião volta a realizar-se no Palácio da Ajuda, em Lisboa, o local escolhido por razões sanitárias por ter as condições de espaço que permitem maior distanciamento entre todos os envolvidos, incluindo os jornalistas, que voltam a estar restritos a uma ‘pool’ presencial, podendo também ser colocadas perguntas à distância.
O Conselho de Ministros aprovou já parte das medidas que concretizam a execução do decreto do Presidente da República que instituiu desde as 00:00 de quinta-feira o estado de emergência, incluindo a criação de um gabinete de crise integrado pelos ministros de Estado, da Administração Interna, da Defesa Nacional e das Infraestruturas.
Entre as medidas aprovadas na quinta-feira destaca-se o dever de "recolhimento domiciliário" para a generalidade da população, um "dever especial de proteção" para as pessoas "com mais de 70 anos ou com morbilidades" e o isolamento obrigatório apenas para doentes com COVID-19 ou que estejam sob vigilância ativa.
Neste último caso, se o isolamento obrigatório não for cumprido, os doentes incorrem no "crime de desobediência", e o Governo admite, se necessário, vir também a definir um quadro sancionatório para punir quem quebre os deveres especial de proteção e de recolhimento.
Pandemia alastra
Ao todo, já morreram em todo o mundo 10.049 pessoas e há 246.522 casos contabilizados. Apenas um terço recuperou (88.486).
Itália superou a China esta quinta-feira no número de mortes por coronavírus, com 427 novos óbitos em 24 horas, o que levou a um total de 3.405, segundo dados oficiais do governo italiano.
Assim, Itália tornou-se o país com mais mortes por COVID-19, à frente da China (3.245), Irão (1.284) e Espanha (767).
A doença parece estar a infetar as pessoas a um ritmo mais rápido: os primeiros 100.000 casos demoraram três meses a aparecer, mas os segundos surgiram num intervalo de apenas 12 dias, adverte a Organização Mundial de Saúde que alerta para a rápida propagação da pandemia.
Devido à pandemia, foram vários os Estados-membros da UE que adotaram medidas para promover o isolamento social, tentando assim conter o surto. Portugal incluído.
A doença já se alargou a 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar a situação como de pandemia.
Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
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