O anúncio da quarta morte foi feito por Salvador Malheiro, presidente da Câmara de Ovar, esta quinta-feira à tarde, na sua página de Facebook.

"Faleceu hoje no nosso município a primeira vítima mortal do vírus COVID-19. Os meus mais sentidos pêsames à família", escreveu o autarca.

Segundo fonte da corporação local de bombeiros, em causa está uma octogenária da freguesia de São João de Ovar que estaria à guarda de um lar de idosos. 

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Salvador Malheir0 dirigiu à família da falecida os seus pêsames, admitindo que novas vítimas possam surgir nos próximos tempos, tendo em conta que o registo da autarquia já contabiliza mais infetados no concelho do que os estão a ser divulgados pelas autoridades.

O autarca explicou que isso se pode dever a dificuldades de comunicação num período de atividade muito intensa para as entidades da saúde e da Proteção Civil, e declara: "Casos confirmados pela Direção Geral de Saúde [do Centro] nós temos apenas 37, mas os casos que eu conheço neste momento já são para cima de 50".

Esta manhã, as autoridades de saúde anunciaram que havia 3 óbitos relacionados com o COVID-19 em Portugal, aos que se soma a morte desta doente infetada de Ovar.

Ovar é, atualmente, o único município português que se encontra com estado de calamidade decretado, com quarentena geográfica imposta pelo Governo, devido à pandemia do novo coronavírus.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Em Portugal, já se registaram, pelo menos, 785 casos deste coronavírus. Desde 1 de janeiro, já se registaram 6061 casos suspeitos, tendo 4788 sido infirmados, ou seja, não confirmados. Existem atualmente 24 cadeias ativas em Portugal, exatamente o mesmo número que ontem.

A região Norte é aquela que regista o maior número de casos confirmados (381), seguida de Lisboa e Vale do Tejo (278), da região Centro (86), do Algarve (25) e Alentejo (2). O boletim da DGS indica que a Madeira apresenta um caso positivo e os Açores três. Há nove casos no estrangeiro.

Os dados indicam que dos 785 casos confirmados, 89 estão internados (número idêntico ao de quarta-feira), dos quais 20 em unidades de cuidados intensivos. Assim sendo, do total de casos de COVID-19 em Portugal, apenas 15% estão hospitalizados. Mais de 88% dos doentes (696) estão a recuperar em casa.

Pelo menos 71 casos fora importados do estrangeiro: 23 de Espanha, 17 de Itália, 16 de França, 8 da Suíça, 2 dos Países Baixos, 1 do Reino Unido, 1 de Alemanha/Áustria, 1 de Andorra, 1 da Bélgica e 1 do Irão.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.900 morreram. Das pessoas infetadas, mais de 85.500 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália, com 3.405 mortes em 35.713 casos, a Espanha, com 767 mortes (17.147 casos) e a França com 264 mortes (9.134 casos).

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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