De acordo com o boletim diário da Direção-geral da Saúde (DGS), registaram-se até ao momento 785 casos confirmados de COVID-19 em Portugal, 488 aguardam resultado laboratorial, 3 recuperados e 8091 em vigilância pelas autoridades.
Há mais uma morte do que ontem. O novo óbito foi registado em Coimbra. Trata-se de uma mulher de Pombal, com 94 anos, segundo avançou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, em conferência de imprensa, hoje em Lisboa.
Desde 1 de janeiro, já se registaram 6061 casos suspeitos, tendo 4788 sido infirmados, ou seja, não confirmados. Existem atualmente 24 cadeias ativas em Portugal, exatamente o mesmo número que ontem.
Os dados indicam que dos 785 casos confirmados, 89 estão internados (número idêntico ao de quarta-feira), dos quais 20 em unidades de cuidados intensivos. Assim sendo, do total de casos de COVID-19 em Portugal, apenas 15% estão hospitalizados.
Mais de 88% dos doentes (696) estão a recuperar em casa.
Pelo menos 71 casos fora importados do estrangeiro: 23 de Espanha, 17 de Itália, 16 de França, 8 da Suíça, 2 dos Países Baixos, 1 do Reino Unido, 1 de Alemanha/Áustria, 1 de Andorra, 1 da Bélgica e 1 do Irão.
A região Norte é aquela que regista o maior número de casos confirmados (381), seguida de Lisboa e Vale do Tejo (278), da região Centro (86), do Algarve (25) e Alentejo (2).
O boletim da DGS indica que a Madeira apresenta um caso positivo e os Açores três. Há nove casos no estrangeiro.
Segundo dados do boletim, 25% das pessoas apresentavam tosse, 20% febre, 14% cefaleia, 14% dores musculares e 10% fraqueza generalizada.
Os dados indicam também que a maior percentagem de doentes infetados com o novo coronavírus regista-se nas mulheres, entre os 40 e 49 anos (22,8%), seguidas pelos homens da mesma faixa etária, com 19,7%.
Nos doentes homens há 9,1% entre os 70 e 79 anos e nas mulheres 5,9% na mesma faixa etária. Entre os homens infetados há 4,3% acima dos 80 anos e entre as mulheres 5,4%.
O segundo grupo etário com mais doentes é o de 30 e 39 anos (18% dos casos do sexo masculino e 19,2% dos casos do sexo feminino).
A população com menos de 9 anos (0,8% do sexo masculino e 3,6% do sexo feminino) e a população com mais de 80 anos (4,3% no sexo masculino e 5,4% no sexo feminino) são os grupos etários com menor número de casos.
Novos doentes serão seguidos em casa
Graça Freitas explicou na mesma conferência de imprensa, em Lisboa, que a maior parte das pessoas deve ligar para a linha SNS 24 (808 24 24 24) e assim ser seguida no seu domicílio. Concretamente, a diretora-geral da Saúde explicou que os doentes serão acompanhados pelos seus médicos de família, enfermeiros ou outros profissionais de saúde.
"Os grupos de risco têm mesmo de ficar em casa", advertiu. "Os cuidados de saúde primários estão a reorganizar-se. Os médicos de família já estão a contactar telefonicamente os doentes com consultas programadas e vão continuar a fazê-lo", referiu ainda.
"Os utentes devem privilegiar o contactos telefónicos dos centros de saúde, que se estão a adaptar. Continuaremos a trabalhar em todas as frentes de combate ao surto. Os profissionais de Saúde continuam ser linha da frente", acrescentou.
"Muitos de nós vamos ter sintomas ligeiros ou moderados", alertou, depois, Graça Freitas, para pedir que se contacte a linha SNS 24 e se aguarde em casa.
DGS admite testes em massa
A prioridade na realização de testes de despiste de Covid-19 mantém-se para pessoas sintomáticas, mas Portugal poderá vir a adotar uma estratégia de testes em massa se as condições de mercado permitirem e houver evidência científica favorável.
A hipótese de uma mudança de estratégia, passando para testes em massa na população, como praticado noutros países, foi hoje admitida pela diretora-geral da Saúde. No entanto, ressalvou que é preciso ter em conta as condições de mercado, percebendo se há os materiais necessários disponíveis para alargar os testes de forma generalizada, e se aquilo que se está a aprender com outros países aconselha a essa prática.
Para já, frisou Graça Freitas, a prioridade mantém-se nas pessoas sintomáticas. “Sempre fará o teste aquele que mais necessite. Se pudermos alargar, alargaremos”, desde que haja evidências de que uma triagem mais alargada tenha resultados.
Costa e Marcelo reunidos em Belém
Apesar de ser presencial, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa reúnem-se na sala do Conselho de Estado, mais ampla do que a usada habitualmente, de forma a manter um maior distanciamento social recomendado pelas autoridades de saúde, acrescentou a fonte.
A reunião vai acontecer depois do Conselho de Ministros em que está previsto o Governo para aprovar as medidas que concretizem a execução do decreto do Presidente da República que institui o estado de emergência, aprovado pelo parlamento na quarta-feira, depois de parecer favorável do executivo.
O estado de emergência proposto pelo chefe de Estado para conter a pandemia de COVID-19 prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que seja justificada.
A Assembleia da República aprovou ontem o decreto de declaração do estado de emergência que lhe foi submetido pelo Presidente da República com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.
Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão. Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
O Governo também anunciou o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.
O Governo declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
Situação no mundo
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de COVID-19, infetou mais de 219 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.000 morreram. Das pessoas infetadas, mais de 80.000 recuperaram.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 173 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia. No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.894 infeções diagnosticadas, incluindo 69.614 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.237.
O número de infetados ativos no país fixou-se em 8.043, incluindo 2.622 em estado grave. Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.978 mortes em 35.713 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.361 casos), a Espanha, com 638 mortes (14.769 casos) e a França com 264 mortes (9.134 casos).
Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena ou o encerramento de fronteiras, como Itália, França e Espanha.
Acompanhe aqui, ao minuto, todas as informações sobre o novo coronavírus em Portugal e no mundo
Comentários