“Há 10 dias tínhamos cinco países” com infeções pelo novo coronavírus, disse Matshidiso Moeti, sendo agora 34 países com mais de 650 casos registados.

O primeiro caso na África Subsaariana foi anunciado a 28 de fevereiro.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

“É uma evolução extremamente rápida”, sublinhou.

Matshidiso Moeti falava aos jornalistas durante um briefing “online” conjunto com o Fórum Económico Mundial e em que participaram representantes da OMS do Senegal e da África do Sul, um dos principais países afetados.

A responsável da agência da Nações Unidas para a saúde disse não acreditar que existam muitas pessoas infetadas sem serem diagnosticadas no continente, no entanto admitiu que a escassez de testes é um desafio.

De acordo com o Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças (CDC) da União Africana, 43 dos 55 Estados da organização têm agora capacidade para a realização de testes, comparado com os dois países com esta capacidade quando o surto começou.

Matshidiso Moeti manifestou igualmente preocupação com as restrições às viagens e seu impacto na capacidade de fornecimento dos bens, medicamentos e equipamentos necessários.

“A OMS está a considerar a abertura de corredores humanitários”, disse.

Hoje mais países africanos anunciaram o fecho de fronteiras numa altura em que aumentam os receios de que a transmissão local possa tornar o continente de 1,3 mil milhões de pessoas numa nova e alarmante frente da pandemia.

O Senegal fechou o seu espaço aéreo, enquanto Angola e os Camarões encerraram as fronteiras aéreas, terrestres e marítimas.

O Ruanda suspendeu os voos comerciais durante um mês e as Maurícias fecharam as fronteiras após o anúncio do primeiro caso.

Na África do Sul, onde os casos passaram hoje de 116 para 150 foram aprovadas restrições para os locais de venda de bebidas.

O país anunciou também a reparação e extensão de uma vedação na sua fronteira com o Zimbabué, numa tentativa de impedir a propagação do novo coronavírus.

O Chade anunciou o seu primeiro caso e a Mauritânia impôs o recolher obrigatório entre as 20:00 e as 06:00 horas e fechou cafés e restaurantes.

A Nigéria, o país mais populoso de África, decidiu fechar as escolas e todos os eventos religiosos serão restringidos em Lagos, metrópole com mais de 20 milhões de habitantes.

Apesar da pressão das populações para a realização de testes, o diretor do CDC África John Nkengasong, alertou hoje que o simples facto de fazer o teste não deve deixar ninguém descansado.

“Se for testado hoje não quer dizer que não seja infetado amanhã”, disse.

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