Trata-se de uma criança regressada da China que foi encaminhada para o Hospital Dona, Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central. "A unidade é o Hospital de Referência Pediátrico para estas situações", frisa a DGS em nota de imprensa.

"A criança fica internada e serão realizadas colheitas de amostras biológicas para análise pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA). Este comunicado será atualizado logo que seja conhecido o resultado destas análises", informa a DGS no mesmo comunicado.

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Este é o 12.º caso suspeitos de infeção pelo novo Coronavírus em Portugal, sendo que nenhum dos casos anteriores se confirmou. Todos os outros casos suspeitos em Portugal resultaram negativos.

Número de mortos continua a aumentar

O coronavírus COVID-19 provocou 1.886 mortos e infetou mais de 72 mil pessoas a nível mundial. A maioria dos casos ocorreu na China, onde a epidemia foi detetada no final de 2019.

Além das vítimas mortais na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um em França e um em Taiwan.

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

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Maior parte dos casos são leves, diz estudo

A maioria das pessoas infetadas com o novo coronavírus na China apresenta sintomas leves, enquanto entre as vítimas fatais muitas são idosas ou indivíduos com condições pré-existentes mais expostos à doença, de acordo com um estudo realizado por investigadores chineses, que aponta uma taxa de mortalidade de 2,3%.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou na segunda-feira para o excesso de otimismo, considerando que a tendência para a diminuição do número de novos casos "deve ser interpretada com muita prudência".

Citando um estudo do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China envolvendo mais de 72.000 pessoas, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressaltou na segunda-feira que mais de 80% dos pacientes sofrem de uma forma leve da doença.

A OMS declarou o surto do COVID-19 como uma emergência de saúde pública internacional face ao risco elevado de propagação do novo coronavírus à escala global.

Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora

Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.

Cruzeiro, a maior preocupação fora da China

A principal fonte de contaminação fora da China continua a ser o navio de cruzeiro Diamond Princess, que foi colocado em quarentena no início de fevereiro perto de Tóquio, com mais de 3.700 passageiros a bordo.

contágio estende-se já a 542 pessoas, de acordo com o último relatório anunciado nesta terça-feira pelo Japão - 88 casos a mais que no dia anterior. Em teoria, o período de quarentena iniciado em 5 de fevereiro termina nesta quarta-feira. Mas, sem querer esperar mais tempo, os Estados Unidos já repatriaram os seus cidadãos para colocá-los em quarentena no seu país.

O diretor da OMS, no entanto, disse na segunda-feira que não era necessário suspender todos os cruzeiros do mundo, dizendo que se opunha a qualquer "medida de alcance geral" contra o coronavírus. "As medidas devem ser proporcionais à situação, tomadas com base em evidências e elementos de saúde pública", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizando que "o risco zero não existe".

A OMS já se tinha pronunciado contra a restrição brutal de viagens, enquanto os Estados Unidos, a Austrália e a Nova Zelândia, em particular, proibiram a entrada no seu território aos estrangeiros que estiveram recentemente na China - dos quais obviamente muitos chineses.

Diante da epidemia, Pequim anunciou esta terça-feira uma isenção de impostos alfandegários punitivos que impôs no âmbito de sua guerra comercial com Washington sobre certos produtos médicos americanos. Os equipamentos usados para a transfusão de sangue ou para medir a pressão arterial estarão, portanto, isentos a partir de 2 de março.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

O que são coronavírus?

São uma larga família de vírus que vivem noutros animais (por exemplo, aves, morcegos, pequenos mamíferos) e que no ser humano normalmente causam doenças respiratórias, desde uma comum constipação até a casos mais graves, como pneumonias. Os coronavírus podem transmitir-se entre animais e pessoas. A maioria das estirpes de coronavírus circulam entre animais e não chegam sequer a infetar seres humanos. Aliás, até agora, apenas seis estirpes de coronavírus entre os milhares existentes é que passaram a barreira das espécies e atingiram pessoas.

Qual o modo de transmissão?

Os animais são a fonte primária de transmissão, mas já está confirmada a transmissão entre seres humanos. Ainda não há informação suficiente sobre as formas exatas de transmissão entre humanos. O vírus parece ser transmitido por via respiratória, através da tosse ou secreções de pessoas infetadas.

O período de incubação está estimado entre dois a 12 dias, podendo ir até 14 dias. Há indicação de que pode haver transmissão do vírus mesmo antes de os sintomas se manifestarem.

Quais os sintomas?

Os principais sintomas são respiratórios e podem ser comuns ou semelhantes a uma gripe: febre, tosse, dificuldade respiratória, dores musculares e cansaço. Há doentes que desenvolvem pneumonia viral e até septicemia.

Há grupos de maior risco?

Pessoas de todas as idades podem ser afetadas pelo coronavírus. Contudo, pessoas mais velhas ou com doenças crónicas (como asma ou diabetes) parecem ser mais vulneráveis a ter doença grave quando infetadas. As autoridades destacam contudo que não há ainda informações suficientes para definir as pessoas atacadas de modo mais severo.

Um estudo hoje divulgado pelo Centro Chinês de Controlo de Doenças indica que 80% dos casos da infeção são ligeiros, que apenas 4,7% são considerados críticos e que as pessoas idosas ou com problemas de saúde prévios à infeção são as que correm mais riscos.

Todos os países com casos para além da China

- Outros países na Ásia

Japão: 65 casos, incluindo a morte de uma mulher, e pelo menos 454 em quarentena a bordo do cruzeiro "Diamond Princess".

Singapura: 77 casos

Tailândia: 35 casos

Coreia do Sul: 30 casos

Malásia: 22 casos

Taiwan: 20, incluíndo um morto

Vietname: 16 casos

Filipinas: 3 casos, entre eles uma vítima fatal, um chinês originário de Wuhan, que foi a primeira morte fora da China.

Índia: 3 casos

Camboja: 1 caso

Nepal: 1 caso

Sri Lanka: 1 caso

- Oceania

Austrália: 15 casos

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- América do Norte

Canadá: 8 casos

Estados Unidos: 29 casos. Um cidadão americano morreu vítima do novo coronavírus na China.

- Europa

Alemanha: 16 casos

França: 12 casos, incluindo uma morte, a primeira na Europa

Reino Unido: 9 casos, oito já receberam alta

Itália: 3 casos

Espanha: 2 casos, já recuperados e com alta

Rússia: 2 casos, já recuperados e com alta

Bélgica: 1 caso

Finlândia: 1 caso

Suécia: 1 caso

- Médio Oriente

Emirados Árabes Unidos: 9 casos

- África

Egito: 1 caso diagnosticado em 14 de fevereiro, o primeiro do continente africano.