O cadáver de uma mulher com esquizofrenia esteve três anos abandonado numa casa nos arredores da Área Metropolitana de Londres. Foi "efetivamente abandonada e deixada para morrer" pelo Serviço Nacional de Saúde inglês (NHS) e pelos serviços sociais que negligenciaram várias hipóteses de a salvar, diz a família.

Segundo o jornal The Guardian, Laura Winham afastou-se da família e lutava para cuidar de si própria há vários anos. Foi encontrada num "estado mumificado, quase esquelético", no seu apartamento social em Woking, Surrey, pela polícia e parentes em maio de 2021.

A família diz que os serviços de bem-estar e assistência social não apenas falharam em agir perante os sinais claros da deterioração da saúde de Winham nos meses e anos antes da sua morte, como também negligenciaram a realização de verificações de rotina previstas no sistema inglês que teriam levado à descoberta do corpo.

Segundo a família, durante os três anos e meio em que o seu corpo permaneceu no interior da habitação, não terá sido executada nenhuma tentativa de prestar cuidados à doente, apesar dos seus benefícios por invalidez terem sido interrompidos e o seu gás cortado.

A irmã de Winham, Nicky, acusa a assistência social, os serviços de saúde mental e os proprietários sociais de Laura de "fechar os olhos" a vários sinais de deterioração da saúde da doente. "Toda a gente que esteve em contacto com Laura e teve um dever para com ela em algum momento simplesmente limpou as mãos e esqueceu-a. Ela foi abandonada e deixada para morrer", lamenta.

"Ninguém deveria sofrer como Laura devido à falta de apoio dado à sua saúde mental. Agora devemos viver com a tristeza devastadora do que aconteceu", acrescentou. "Estamos a partilhar a nossa história porque não queremos que outras famílias sofram dessa maneira", disse ainda.

De acordo com a família, Winham superou deficiências físicas, problemas cardíacos e problemas de saúde mental durante a adolescência e chegou a formar-se na universidade, até que a sua saúde mental piorou drasticamente com a entrada na idade adulta.

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