Durante pelo menos dois anos, o centro estatal de oncologia Doctor Miguel Morantes Mesa, em Veracruz, no México, tratava os doentes de cancro com uma substância semelhante a água destilada.

"Temos resultados de um laboratório que dão conta que o medicamento administrado nos tratamentos de quimioterapia não eram realmente medicamentos, mas sim um composto inerte. Era água destilada", disse o atual governador mexicano, Miguel Ángel Yunes, citado pelos média locais.

A não aplicação de um tratamento medicamente comprovado pode estar relacionada com as quase duas mil mortes por cancro registadas nesse período. Tudo aconteceu durante a governação de Javier Duarte, que é procurado pela Justiça mexicana por suspeita de vários crimes de ordem pública e financeira.

De acordo com os relatórios daquele centro oncológico, pelo menos 32 crianças morreram durante os tratamentos entre 2013 e 2015.

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Os pacientes daquela unidade de saúde informaram ainda as autoridades que lhes foi dito que não havia orçamento para realizar alguns tratamentos e que muitas vezes as sessões de quimioterapia eram canceladas e as pessoas mandadas para casa.

Os medicamentos falsificados foram detetados pela primeira vez em 2010 depois da denúncia de uma enfermeira que detetou que alguns medicamentos tinham sido violados e manipulados.

Nessa altura, foram pedidos testes aos laboratórios do grupo Roche, mas os resultados davam conta que a empresa tinha enviado os compostos solicitados sem violar qualquer regra de segurança.

A direção do centro de oncologia desvalorizou o episódio que classificou como "golpe político".