“Na região, das cantinas que conseguimos aferir até agora [cerca das 10h00], há cerca de 90% de adesão à greve”, afirmou à Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria do Norte, apontando a existência de “escolas encerradas” devido à falta dos funcionários das cantinas.

Segundo Francisco Figueiredo, “há uma grande adesão no setor hospitalar da região, mas também grandes adesões nos centros de formação, nas escolas, nas fábricas e outras instituições”. “Já esperávamos esta adesão na medida em que estes trabalhadores não têm aumentos salariais há sete anos”, sublinhou.

Nas escolas, “algumas encerraram e outras funcionam porque a direção decidiu substituir a refeição dos alunos por uma sandes e uma peça de fruta”, referiu o dirigente sindical.

Na base do protesto estão ainda práticas das empresas do setor que o sindicato diz serem uma violação dos direitos dos trabalhadores, como o não pagamento do trabalho prestado em dia feriado de acordo com o contrato coletivo de trabalho (CCT) em vigor, do subsídio noturno das 20h00 às 22h00, do subsídio de alimentação nas férias e dos salários.

“Impõem horários de 12 horas diárias e 60 horas semanais, pondo em causa a saúde dos trabalhadores e o direito à conciliação da atividade profissional com a vida pessoal e familiar”, denuncia o sindicato, acusando ainda as empresas de não respeitarem os quadros e densidades previstos no CCT, “impedindo assim a progressão na carreira aos cozinheiros e outros trabalhadores”.