As grávidas de Bragança voltaram a ter de se deslocar quase duzentos quilómetros para fazer um dos mais importantes exames pré-natais, a ecografia morfológica, devido à falta de um profissional com a habilitação necessária.
Responsáveis dos serviços de saúde confirmaram à Lusa que há já “alguns meses” que não pode ser feita em Bragança a ecografia do segundo trimestre, que é realizada entre as 18 e as 22 semanas de gravidez e permite detetar anomalias no feto.
As grávidas que queiram fazê-la pelo Serviço Nacional de Saúde têm agora de se deslocar quase 200 quilómetros até Amarante para realizar o exame, que só desde agosto de 2007 é que começou a ser feito em Bragança.
O presidente do concelho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, António Marçôa, disse hoje à Lusa que o especialista que assegurava este serviço, deslocando-se periodicamente a Bragança, deixou de o fazer.
Como na região não existe um ecografista com habilitação para realizar o exame, a ULS decidiu contratualizar o serviço a uma clínica privada, a Clipóvoa, de Amarante.
O presidente d ULS garantiu que “a medida é temporária até se conseguir encontrar um médico que assegure o serviço” em Bragança.
Ao contrário das restantes ecografias, que são realizadas por obstetras, esta exige um profissional diferenciado, que nunca existiu m permanência na região.
O diretor clínico para os cuidados hospitalares da ULS, Domingos Fernandes, explicou à Lusa que se trata de um exame que “é altamente diferenciado, que permite com qualidade diagnosticar malformações no feto, numa altura em que é fundamental fazê-lo”.
Como deixou de haver condições para fazer o exame em Bragança, “tentou-se encontrar um equilíbrio entre a comodidade e a qualidade e segurança”, disse o diretor clínico, para justificar a escolha da clínica de Amarante.
O responsável frisou que "o diagnóstico pré-natal continua a ser feito quase na totalidade em Bragança, com a exceção deste exame".
O antigo Centro Hospital do Nordeste, que agora foi integrado na ULS, junto com os centros de saúde da região, fez um acordo, em 2007, com um ecografista do Hospital de Santo António, no Porto.
O profissional passou a deslocar-se duas vezes por semana a Bragança para realizar o exame, mas deixou de o fazer “há alguns meses”, segundo o presidente da ULS, que não adiantou os motivos.
O serviço prestado por este profissional garantia mais conforto e rapidez às grávidas.
O diretor clínico da ULS afirmou que, relativamente ao custo das deslocações, a unidade “assegura o que está previsto na lei, que é o reembolso do valor equivalente ao custo do transporte público”.
27 de abril de 2012
@Lusa
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