O 25 de Abril de 1974 em Portugal significou o fim da guerra colonial, o fim da ditadura e da polícia política e o início do processo democrático e de desenvolvimento do país com o combate à pobreza e a desigualdade social.
Abril significa liberdade mas citando Sérgio Godinho “só há liberdade a sério quando houver a Paz o Pão, Habitação, Saúde Educação”!
A criação e construção do serviço nacional de saúde foi um dos marcos mais importantes da democracia trazida pelo 25 de Abril. Contribuiu para colocar Portugal com indicadores ao nível dos países mais ricos e desenvolvidos utilizando menores recursos.
Muitos médicos trabalharam na construção do SNS sendo um exemplo o serviço médico à periferia, levando cuidados médicos às regiões mais pobres e periféricas na altura.
Posteriormente, após a criação da carreira de medicina geral e familiar foram os médicos, organizados na Associação de Medicina Geral e Familiar, que construíram a carreira e a desenvolveram e mais tarde fizeram a reforma dos cuidados primários criando as USFs, um passo importante na melhoria da qualidade dos cuidados de saúde e no fortalecimento da medicina geral e familiar, reforma que urge continuar a aperfeiçoar e desenvolver.
Estamos neste momento numa fase do SNS que exige novas ideias e reformas corajosas e por isso exige a participação dos médicos
Não se pode transformar e reformar o SNS sem os médicos ou contra os médicos
Não se pode fazer evoluir o SNS pensando que alguns iluminados podem fazer isso acontecer de cima para baixo sem ouvir os médicos e outros profissionais de saúde.
A Ordem dos médicos deve ter um papel activo neste processo, sem corporativismos mas com a consciência de que a sua missão de defender os doentes e a profissão, não são incompatíveis mas complementares.
É importante redefinir prioridades sendo as duas mais importantes dar médicos de família a todos os portugueses e trabalhar na articulação e integração de cuidados aproveitando as potencialidades das ULS, sendo fundamental evitar a desarticulação do SNS, inventando remendos para tapar buracos, em vez definitivamente trabalhar para que a porta de entrada no SNS sejam os cuidados primários e não os serviços de urgência.
Estamos num período de eleições para a Ordem dos Médicos e esta é uma oportunidade para lutar por uma Ordem transparente, próxima, pró-activa que represente todos os médicos e médicas e promova o debate interno sobre os desafios futuros da medicina em Portugal e o papel dos médicos e do SNS, neste contexto tão desafiante.
Por isso estamos disponíveis para mais este desafio e acreditamos que os médicos organizados na sua Ordem estarão mais uma vez disponíveis para dar o seu contributo. Assim os queiram ouvir!
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