Uma equipa coordenada por Elizabeth Sowell, da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, fez testes cognitivos a quase 12 mil crianças com 9 e 10 anos nos Estados Unidos e verificou que o elevado risco de exposição ao chumbo estava associado a resultados mais baixos nos testes cognitivos, assim como à diminuição do volume do córtex cerebral.
O estudo verificou ainda que essa associação era mais forte em crianças de famílias com baixos rendimentos.
Essa conclusão não é, no entanto, totalmente nova para a ciência. Um estudo publicado em 2013 na revista científica Science já tinha concluído que esforços para enfrentar problemas materiais esgotavam as capacidades mentais das pessoas mais pobres, o que as deixava com pouca energia para se dedicarem à sua educação.
Segundo o estudo divulgado na revista científica Nature Medicine, as crianças de famílias com rendimentos mais elevados tiveram em média um melhor desempenho nos testes cognitivos do que as crianças de famílias com rendimentos mais baixos.
"Percebemos que a espessura, a área superficial e o volume do córtex cerebral eram maiores nas crianças de famílias com mais rendimentos", explicou ao jornal Público Andrew Marshall, também da Universidade do Sul da Califórnia e primeiro autor do grupo.
A equipa de Elizabeth Sowell salienta, porém, que os rendimentos da família e a exposição ao chumbo - uma substância neurotóxica - não definem por completo o trajeto de vida de uma criança, já que é possível que as crianças sejam intelectualmente bem sucedidas apesar da presença desses dois fatores.
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