Já passaram seis meses desde que Abul Bajandar, do Bangladesh, retirou seis quilos de verrugas das mãos e pés. "Fiquei bem depois daquela que eu pensava que iria ser a minha última operação, há seis meses. Pelo menos, conseguia usar uma colher e comer sozinho", disse em declarações à agência de notícias espanhola EFE. "Mas agora sinto novamente dores", lamenta.
"Não posso dobrar os dedos, preciso da ajuda da minha mulher e, às vezes, da minha mãe, que me visita de vez em quando, para comer. Não sei se algum dia estarei curado", disse ainda.
Em fevereiro de 2016, antes de Abul Bajandar se submeter a uma maratona cirúrgica, os médicos alertaram para a eventualidade das verrugas reaparecerem, reforçando o facto de esta ser uma doença rara e pouco estudada.
Existem apenas quatro casos registados no mundo inteiro. Um deles é o da menina Sahana.
Abul Bajandar, de 27 anos, ex-motorista, sofre de epidermodisplasia verruciforme, mais conhecida com a doença do homem-árvore. Esta patologia dermatológica provoca o crescimento de grandes verrugas cuja textura é semelhante a raízes de árvores.
Essas verrugas, que lhe cresciam nas mãos e pés, condicionavam o dia a dia do jovem. A doença impedia-o de trabalhar e até de pegar na filha ao colo.
Marco na história da medicina
Há pouco mais de um mês, os médicos do Dhaka Medical College Hospital acreditavam ter curado Abul Bajandar. "O tratamento de Abul é um marco na história da medicina", disse Samanta Lal Sen, médica e coordenadora da unidade de cirurgia plástica do hospital, citada pela agência de notícias France Presse.
As primeiras verrugas surgiram quando Abul Bajandar ainda era adolescente. Na altura, este antigo motorista julgava que eram inofensivas e chegou mesmo a cortá-las com uma tesoura.
"Depois, tentei ir a um homeopata da aldeia, mas aqueles medicamentos só pioraram a minha condição", contou à AFP. "A pouco e pouco, perdi a capacidade de trabalhar", recorda.
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