O líder do CDS-PP falava aos jornalistas no final de uma reunião com a direção do PS, na sede nacional daquele partido, em Lisboa, onde fez “um apelo à veia humanista do Partido Socialista para que no debate sobre a eutanásia possa afirmar o valor da vida contra uma cultura de morte e de descarte”, à semelhança dos centristas, que votarão contra os projetos de lei com vista à despenalização da morte assistida.

“E, uma vez que o Partido Socialista está neste momento no Governo do nosso país, para que o Estado possa ter um papel humanista, solidário e social, que invista no Serviço Nacional de Saúde e numa rede de cuidados paliativos que abranja 100% dos portugueses, e não apenas 30%”, salientou.

Na ótica de Rodrigues dos Santos, “é uma irresponsabilidade e uma insensibilidade social oferecer-se a morte a pedido de um doente quando ele não sabe, nem conhece, nem tem ao seu dispor todos os cuidados médicos necessários para tratar o seu sofrimento, a sua doença, numa situação de verdadeiro desespero e aflição”, alegando que está em causa numa “decisão grave e irreversível” e num “retrocesso civilizacional”.

Lembrando que, apesar de ter apresentado um projeto de lei no sentido da despenalização, o PS vai dar liberdade de voto aos deputados, Francisco Rodrigues dos Santos salientou que “o CDS, enquanto partido que quer se útil aos portugueses e quer servir os seus valores matriciais, procura que todos os portugueses, sobretudo aqueles que têm elevadas responsabilidades políticas e estão sentados no parlamento, que votem a favor da vida, do humanismo, de um Estado que cuida e não que mata”.

Questionado se o CDS mantém o referendo, ainda que as iniciativas sejam chumbadas no parlamento na quinta-feira e não forem obtidas as 60 mil assinaturas, o líder centrista foi taxativo: “sem dúvida, o CDS apoiará o referendo”.

“Se a iniciativa popular do referendo recolher as 60 mil assinaturas, como neste momento está em curso, o CDS votará obviamente favoravelmente o referendo porque é necessário ouvir o país e que haja um debate que não seja apressado, seja amadurecido e verdadeiramente esclarecedor sobre esta matéria, coisa que não está a haver”, frisou.

Para o presidente dos centristas, o debate está atualmente “confinado apenas ao quadro parlamentar” quando “devia ser aberto a toda a sociedade portuguesa, merecendo uma ampla discussão dos portugueses”, porque eles “votam em programas políticos e não na consciência de 230 personalidades”.

“O CDS foi muito claro, nós somos sensíveis à necessidade de ouvir os portugueses e que esta iniciativa popular possa dar palco à discussão no seio da nossa sociedade civil”, uma vez que “está em causa um ataque violento ao direito à vida, que é considerado na nossa Constituição como um direito inviolável”, assinalou igualmente Francisco Rodrigues dos Santos.

Indicando que “não é permitido em Portugal a pena de morte”, o presidente do CDS considerou que o país estará “a atribuir aos médicos um poder” que não é atribuído “aos magistrados”.

Para o líder do CDS, o que está em causa com a despenalização da morte medicamente assistida é a constituição de uma “sociedade que se desresponsabiliza com o próximo, que se torna individualista em vez de solidária, e que entra num modelo de rampa deslizante e começa a relativizar o direito mais absoluto de todos, como é o caso da vida”.

Esta reunião com o PS insere-se numa “ronda de apresentação de cumprimentos” da direção eleita em congresso no final de janeiro aos partidos com assento parlamentar.

No encontro Francisco Rodrigues dos Santos transmitiu o que tem reiterado por várias vezes, que o CDS-PP “é um partido obviamente de oposição ao Partido Socialista”, mas ressalvou que “não é um partido irresponsável que fará oposição ao próprio país” e procura “ser útil a Portugal”.

“O que os portugueses esperam dos partidos políticos é que tenham capacidade de, em nome do superior interesse do país, estabelecer pontes de diálogo e convergências sempre que assim o justifique para que se possam melhorar as condições de vida dos portugueses, uma maior liberdade económica e uma convergência do país para níveis de competitividade, como aqueles que nós desejamos”, vincou.

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