Na carta, intitulada "Prevenir o que não se pode remediar", os jovens ligados aos centros universitários da Companhia de Jesus consideram que aprovar a eutanásia é "um irremediável erro que ainda é possível prevenir" e reiteram o apelo aos deputados para que votem contra os projetos de lei que na quinta-feira vão ser discutidos no parlamento.

Os subscritores do documento, com idades entre os 16 e os 30 anos, manifestam preocupação com “o sofrimento, a doença e a solidão dos idosos e doentes”, rejeitando que a eutanásia e o suicídio medicamentem assistido sejam uma solução para estes problemas.

Para estes jovens, o debate público sobre a eutanásia é “escasso e pouco esclarecedor” e entendem que a opção pela eutanásia não é uma questão de liberdade do doente, pois esta esgota-se no momento em que terá de haver um médico para a avaliar, validar e executar.

Na carta, é abordado o "muito que há por fazer na atenção a quem sofre", referindo-se aos idosos que vivem sozinhos, à ausência de cuidados paliativos ou às baixas pensões dos portugueses.

"Importa criar condições para responder a estas situações, manifestando respeito e cuidado pela pessoa e pela sua dignidade em todos os momentos e circunstâncias da sua vida", defendem.

O parlamento debate na quinta-feira cinco projetos de despenalização da eutanásia, da autoria do PS, BE, PAN, PEV e IL.

Já em 2018, a Assembleia da República debateu projetos de despenalização da morte medicamente assistida do PS, BE, PAN e PEV, mas foram todos chumbados, numa votação nominal dos deputados, um a um, e em que os dois maiores partidos deram liberdade de voto.

Há dois anos, o CDS-PP votou contra, assim como o PCP, o PSD dividiu-se, uma maioria no PS votou a favor, o PAN e o BE votaram a favor.

Face ao resultado, os partidos defensores da despenalização remeteram para esta legislatura a reapresentação de propostas, o que veio a acontecer.