Um estudo da Universidade do Estado de Montclair e do Centro de Investigação Biomédica de Pennington, desenvolvido junto de 20 indivíduos obesos, revelou uma redução de 9% de peso corporal, graças à utilização destas aplicações durante 12 semanas. 
Estes dados foram debatidos durante o painel “Hidratação e Composição Corporal: saúde, função e modelagem”, uma iniciativa integrada no 10th International Symposium on Body Composition, evento organizado pela Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa que terminou no sábado (14.06) em Cascais.
De acordo com Diana Thomas, da Universidade do Estado de Montclair, Nova Jersey, e uma das responsáveis por este estudo, “estes dispositivos são ótimos auxiliares numa boa reeducação alimentar, pois a maioria regista a alimentação do dia a dia, controlando a quantidade, os horários e o tipo de alimentos consumidos. Em alguns deles, é ainda possível partilhar os dados no Facebook e no Twitter, com o objetivo de receber o apoio dos amigos ao longo do processo de emagrecimento”.
Durante as 12 semanas do estudo, os participantes seguiram as indicações fornecidas pelos dispositivos, que iam monitorizando o processo mediante cálculos matemáticos, obtidos através de informações sobre o género, a idade, o peso e a altura de cada pessoa. O poder das novas tecnologias ao serviço da saúde é defendido por vários especialistas médicos, que começam a recomendar cada vez mais o uso destas aplicações em diversas situações clínicas.
Para além de Diana Thomas, o Simpósio “Hidratação e Composição Corporal: saúde, função e modelagem” contou com as intervenções de Dale Schoeller da Universidade de Wisconsin e de Henry C. Lukaski, investigador do Departamento de Cinesiologia e Educação de Saúde Pública da Universidade de Dakota do Norte. Cada um abordou, dentro das suas especialidades, as tendências atuais de pesquisa considerando a sua aplicação em saúde pública e na prática clínica.
Dale Schoeller apresentou os resultados da sua investigação sobre os vários aspetos da equação do balanço energético. Segundo o especialista, “determinar a relação entre o pesocorporal e a quantidade de alimentos que consumimos é fundamental para compreender o excesso de ganho de peso à medida que envelhecemos e as perdas durante o tratamento da obesidade".

Medir a àgua no corpo para evitar doenças
Para Henry C. Lukaski, outro dos participantes do Simpósio, a monitorização dos níveis de hidratação do corpo humano através da bioempedância poderá contribuir para antecipar estados de doença e detetar problemas graves de saúde. O investigador considerou que “outros usos positivos da bioimpedância podem levar a uma identificação adequada das alterações na hidratação entre as populações mais vulneráveis. Através deste método é possível identificar indivíduos em situações de desidratação e que podem estar em risco ao nível da função mental ou ter complicações com determinadas doses de medicamento”.
De acordo com o especialista norte-americano, “a bioimpedância é capaz de monitorizar mudanças na hidratação de pacientes submetidos a diálise e antecipar futuras complicações.Também pode identificar indivíduos com retenção de líquidos e dificuldades respiratórias.
Por SAPO Saúde