Isabel Estrela Rego, que lidera a equipa de investigação do projeto daquele instituto da Universidade dos Açores, declarou à agência Lusa que se pretende apurar “qual é a perceção de risco das pessoas relativamente à covid-19” e “tentar perceber se existem alterações na perceção de risco com o passar do tempo”, a par da identificação dos padrões de consulta de informação e das principais dificuldades encontradas desde o início da pandemia.

A iniciativa pretende ainda apurar o “grau de satisfação do comportamento das entidades públicas envolvidas no combate à pandemia na gestão e comunicação do risco, a par das práticas de proteção que as pessoas têm adotado e os sentimentos associados ao isolamento social”.

Além de se tentar apurar a pré-disposição para a vacinação, Isabel Estrela Rego, do Departamento de Psicologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da academia açoriana, identifica que se pretende “apurar se existem algumas relações de fatores sociodemográficos” como a idade, o género, o nível de escolaridade, a ilha de residência, entre outros.

A especialista refere que existe uma parte - as questões identitárias - que liga o projeto a uma investigação internacional promovida pela Universidade de Surrey, no Reino Unido, cujo objetivo é “avaliar a perceção de risco, a relação com o lugar e a vulnerabilidade” à covid-19.

Os dados serão disponibilizados de forma anónima e "armazenados em segurança" durante pelo menos 10 anos após o seu último acesso, de acordo com as políticas da Universidade de Surrey e o 'Data Protection Act' (1998) do Reino Unido.

A amostra do estudo resulta de uma consulta ‘online’ porque, “neste momento, é a única forma de chegar às pessoas", tendo o questionário, disponibilizado em 08 de abril, terminando hoje, registado 1.300 respostas.

O estudo compreende uma segunda fase, após o levantamento do estado de emergência, para “tentar perceber se existe alguma evolução na forma como as pessoas percecionam o vírus” e se “há alterações em termos de práticas”.

Até ao momento, já foram detetados nos Açores um total de 100 casos, verificando-se oito recuperados, quatro óbitos e 88 casos ativos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19.

O arquipélago da Madeira regista 53 casos positivos, segundo o Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE) da região.

Portugal regista 599 mortos associados à covid-19 em 18.091 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Relativamente ao dia anterior, há mais 32 mortos (+5,6%) e mais 643 casos de infeção (+3,7%).

Das pessoas infetadas, 1.200 estão hospitalizadas, das quais 208 em unidades de cuidados intensivos, e 383 foram dadas como curadas.