Portugal continua, em 2016, no mapa da Wings for Life World Run, integrando no dia 8 de maio, uma vez mais, uma corrente solidária sob o lema “correr por aqueles que não podem”. E a cidade do Porto continua a ser o ponto de partida da edição nacional da única corrida global e simultânea da história.

À semelhança do que aconteceu em maio passado, os participantes vão ser desafiados a cumprir um traçado extremamente variado que mistura cenários urbanos, a foz do rio Douro e as praias da Costa de Prata. Para além do Porto, integram este percurso os municípios de Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Espinho, Ovar, Murtosa e Aveiro.

Depois da estreia na Comporta em 2014, a edição nacional viajou para o Porto, onde deverá permanecer por mais dois anos, até 2017. As inscrições para a edição portuguesa da Wings for Life World Run 2016 estão desde já abertas (preço especial de €15 até 31 de dezembro), revertendo a totalidade das mesmas para a fundação Wings for Life. A nível global, as duas últimas edições da corrida traduziram-se em mais de 7 milhões de euros para a investigação científica.

Doroteia Peixoto (41,69km) e Daniel Pinheiro (67,39km) sagraram-se Vencedores Nacionais da edição de 2015, ganhando a possibilidade de escolher em que cidade vão querer correr na Wings for Life World Run 2016. E este ano até o SAPO vai participar.

O treinador de atletismo José Regalo, antiga lenda do corta-mato português, é o Diretor Desportivo da Wings for Life World Run, apelando à participação de todos; “Este é um conceito que estou certo que vai crescer muito nos próximos anos e a dinâmica da última edição já o demonstrou, com um enorme salto de participantes da Comporta para o Porto. Os portugueses gostam de desafios e estou certo que serão cada vez mais numerosos aqueles que vão alinhar na nossa corrida, pois além da questão desportiva há o lado solidário, onde todos juntos vamos contribuir para que um dia aqueles que hoje não podem correr devido a lesões na espinal-medula o possam fazer”.

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Uma história de sucesso

A ideia surgiu entre os corredores do aeroporto de Moscovo. Seria possível pela primeira vez organizar uma corrida simultânea em diferentes pontos do globo? A esta questão foi respondida afirmativamente por Anita Gerhardter, a CEO da Fundação Wings for Life. Estava encontrada uma forma de mobilização planetária para encurtar a distância que separa a ciência da cura das lesões na espinal-medula, a principal razão de existir desta organização sem fins lucrativos sediada na Áustria.

Além do insólito facto de milhares de pessoas correrem precisamente ao mesmo tempo em diferentes latitudes, o conceito de Carro Meta que iniciava a sua perseguição 30 minutos depois da saída do pelotão, aumentado progressivamente a velocidade, veio fazer a diferença. Em vez de uma distância fixa como é habitual na corrida, seria a meta a perseguir os corredores! Para isso ser possível foi necessário desenvolver novas tecnologias e realizar inúmeros testes. Dois anos depois, a 4 de maio de 2014, este projeto tornava-se realidade. O primeiro atleta a ser ultrapassado ficou na história depois de ter cumprido cinco quilómetros em França, enquanto o Campeão Global da Wings for Life World Run 2014 corria na Áustria quase 80 quilómetros!

Nas duas edições até agora realizadas em 40 localizações dos seis continentes correram um total de 136,677 pessoas de 155 países – uma mobilização que permitiu angariar mais de sete milhões de euros para a investigação científica. Em maio de 2015 houve ainda uma evolução considerável, com a introdução da Selfie Run. Graças à aplicação (app) da Wings for Life World Run qualquer pessoa se podia juntar a esta grande corrente solidária, mesmo sem ter ao seu alcance uma das localizações da corrida. Este foi, por exemplo, o caso do piloto australiano de Fórmula 1 Daniel Ricciardo, que percorreu sozinho no Mónaco a distância de 12,56 quilómetros, ostentando o dorsal número um.

Em maio passado o participante mais velho, com 94 anos, correu na África do Sul 7,4 quilómetros antes de ser apanhado pelo Carro Meta. Também os vencedores da corrida global estabeleceram um novo patamar, depois de aumentarem as distâncias cobertas em 2014: Lemawork Ketema correu na Áustria 79.9 quilómetros, enquanto Yuko Watanabe atingiu a marca de 56.33 quilómetros no Japão.

A Wings for Life Run de 2015 contou com 101.280 de 155 países. Cerca de 73 mil terminaram a corrida, entre eles um homem de 94 anos da África do Sul. No total, foram angariados 4,2 milhões de euros.

Este ano as expectativas em relação ao número de participantes e aos resultados obtidos mantêm-se altas, e nem o SAPO vai ficar de fora. Vamos “correr por aqueles que não podem”? As inscrições estão abertas.

Saiba mais no site oficial da Wings for Life World Run: www.wingsforlifeworldrun.com