“Como a cobertura mediática do novo surto Covid-19 está a dominar os meios de comunicação social em todo o mundo, a IFJ [sigla inglesa] insta a uma cobertura mediática responsável e que evite qualquer pânico injustificado”, vinca a estrutura em comunicado.

Para esta federação mundial de sindicatos de jornalistas – a maior do setor, que representa 600 mil profissionais e 187 organizações de 140 países – o papel dos media, na cobertura deste surto, é “fornecer aos cidadãos informações verificadas, precisas e factuais, evitando dados sensacionalistas que podem levar ao pânico geral e ao medo”.

Recordando a Carta de Ética Global da IFJ para Jornalistas, a estrutura sediada na capital belga, Bruxelas, apela ainda ao cumprimento de tais normas como forma de “antídoto contra desinformação, notícias falsas e teorias da conspiração que circulam nas redes sociais”.

“Os jornalistas e os meios de comunicação social devem reportar os factos e recorrer a fontes científicas confiáveis, evitando especulações”, reforça a federação, afastando que se chegue a um “estado de alarme que não corresponde à realidade”.

Além disso, estes profissionais “devem ser especialmente sensíveis à privacidade das pessoas afetadas”, aponta a IFJ.

Outro dos apelos que a federação faz é que “as autoridades públicas e instituições médicas forneçam informações oportunas e transparentes para que os jornalistas tenham acesso a todas as informações”.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.000 mortos e infetou quase 90 mil pessoas em 67 países, incluindo duas em Portugal.

Dados publicados esta manhã pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês) revelam que existem, em todo o mundo, 90.663 casos do novo coronavírus, do qual já resultaram 3.124 mortes.

Destas, 55 mortes registaram-se na União Europeia (UE), precisamente em Itália (52) e França (três).

Ao todo, existem na região da UE e no Espaço Económico Europeu e Reino Unido um total de 2.495 casos, a grande maioria dos quais em Itália (1.835), seguindo-se França (178) e Alemanha (157).