24 de junho de 2014 - 14h11

A Comissão de Utentes de Saúde de Aveiro, que hoje esteve em contactos com doentes no Hospital Infante D. Pedro, diz que os relatos dos utentes relativos a queixas por demora no atendimento contradizem a informação da administração.

"Vamos sabendo de histórias que contradizem os indicadores que são divulgados e sentimos a contradição quando falamos com a administração e quando falamos com os utentes" afirmou Catarina Oliveira, da comissão de utentes, no final de uma visita à área de consultas externas do Hospital.

A demora no atendimento, quer nas consultas, quer nas urgências, é a principal queixa, mas também a espera "escusada" nos hospitais de Águeda e de Estarreja, cujos utentes depois acabam por ser encaminhados para os hospitais de Aveiro e de Coimbra, mesmo para "casos simples".

"O que a administração nos transmite é que o serviço não está tão mau como parece, mas a realidade é que as histórias continuam a chegar-nos e as pessoas estão preocupadas e sentem que o serviço de saúde está cada vez pior", observou Catarina Oliveira.

O objetivo da visita de hoje foi entrar em contacto com os utentes para "ouvir o que têm para dizer" e dar a conhecer a existência da comissão de utentes.

"Vimos muitas pessoas à espera e à espera durante muito tempo para fazer análises, pessoas que já vinham dos hospitais periféricos de Estarreja e de Águeda porque é para lá que têm de ir primeiro, mas já têm a noção de que acabam por ter de ir para outro hospital porque lá não há condições para as atender", descreveu.

Um dos casos que lhe foi relatado foi o de uma mulher que veio de Águeda por causa de uma espinha entalada na garganta e nem no Hospital de Aveiro foi atendida, acabando por ter de ir para Coimbra.

"Temos de lutar para que as histórias sejam cada vez menos e o bom é que nenhum utente se sinta lesado no atendimento que tem nos serviços de saúde", disse Catarina Oliveira, lembrando que a comissão está à espera que esteja constituído o conselho consultivo e da entrega "do famoso plano estratégico" para o Centro Hospitalar do Baixo Vouga.

Por Lusa