“Provavelmente estamos entre 5.000 e 10.000 pessoas atualmente infetadas”, afirmou o consultor científico do governo, Patrick Vallance, durante uma conferência de imprensa com o primeiro-ministro, Boris Johnson, onde foi anunciada a intensificação de medidas para conter o surto.
No balanço feito esta quinta-feira, o número de pacientes infetados no Reino Unido subiu para 590 entre 29.764 pessoas testadas, das quais dez morreram e mais de 20 estão em cuidados intensivos.
“Estamos numa trajetória que nos mostra que estamos quatro semanas atrás da Itália e de outros países europeus”, acrescentou Vallance.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.
Esta quinta-feira, o governo britânico ativou a segunda fase do plano de combate ao COVID-19, destinada a controlar a propagação do novo coronavírus, urgindo a todas as pessoas com sintomas para se auto-isolarem durante uma semana.
“Estamos agora a avançar para a próxima fase do plano, não só de forma a tentar conter a doença o máximo possível, mas também para retardar a propagação e, assim, minimizar o sofrimento”, afirmou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
A partir de sexta-feira, se as pessoas tiverem sintomas indicativos de coronavirus, mesmo ligeiros, nomeadamente tosse persistente e febre elevada, devem permanecer em casa e auto-isolarem-se durante sete dias, bem como os restantes membros do agregado familiar.
“Se atrasarmos o pico, mesmo em algumas semanas, o nosso NHS [sistema nacional de saúde] estará numa posição mais forte. À medida que o tempo melhora, e menos pessoas sofrerem de doenças respiratórias normais, mais camas ficarão disponíveis e teremos mais tempo para fazer investigações médicas.
Nas medidas anunciadas esta quinta-feira, o governo proíbe visitas de estudo ao estrangeiro e aconselha as pessoas idosas, mais vulneráveis a esta doença, a não viajarem em cruzeiros.
Boris Johnson disse ainda que o governo está a considerar a proibição de grandes eventos desportivos, mas por enquanto afastou o encerramento de escolas.
O primeiro-ministro britânico afastou comparações entre o COVID-19 com uma gripe normal e qualificou esta “a pior crise de saúde pública” das últimas décadas, prognosticando mais mortes.
“Devido à falta de imunidade, esta doença é mais perigosa e vai-se espalhar ainda mais e tenho de ser honesto com os britânicos: muito mais famílias vão perder entes queridos antes do tempo”.
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