Uma nota da Direção Nacional de Saúde Pública, a propósito do dia mundial da saúde mental que se assinala a 10 de outubro, salienta ainda que o fraco investimento no apetrechamento das unidades com psicotrópicos, equipamentos e reagentes eficazes e eficientes, são outras das dificuldades.

De acordo com a mesma nota, a que agência Lusa teve hoje acesso, entre as medidas para melhorar a situação do doente mental em Angola consta a revisão da legislação sobre a saúde mental, com vista a proteger os direitos e dignidade das pessoas afetadas.

As preocupações prendem-se ainda com a falta de recursos humanos qualificado e motivado na área da saúde mental e da psiquiatria.

O uso excessivo de bebidas alcoólicas e de drogas, perturbações emocionais derivadas de stress e depressão, transtornos mentais consequência de malárias cerebrais, esquizofrenia, traumas, conflitos sociais e conjugais e a falta de tratamento de rotina estão entre as causas do número de pacientes.

No Hospital Psiquiátrico de Luanda, são atendidos diariamente entre 80 a 100 pacientes no banco de urgência, estando internados 150 pacientes, além do elevado número de doentes em tratamento ambulatório.

No primeiro semestre deste ano, naquela unidade hospitalar foram atendidos 15.106 doentes, o que representa um aumento comparativamente ao mesmo período de 2014, ano em que foram atendidos 13.203 pessoas.

A Direção Nacional de Saúde Pública sublinha que o Governo está a expandir os serviços de saúde mental, designadamente psicólogos clínicos e psiquiatras, para maior controlo, tratamento, acompanhamento médico e consciencialização da população sobre os perigos destas doenças.

O plano inclui a formação de uma rede integrada pelas províncias de Luanda, Malange, Huambo, Huíla, Benguela e Huíla.

Para assinalar o dia mundial da saúde mental, o Ministério da Saúde de Angola promove um vasto programa de atividades, que termina no dia 29 deste mês, com uma conferência de reflexão sobre a saúde mental.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), numa mensagem por ocasião desta data, apelou aos Governo africanos e parceiros a melhorarem a saúde mental, combatendo a discriminação, através de iniciativas individuais e comunitárias.

Segundo a OMS, na região africana, estima-se que uma em cada seis pessoas sofre de algum tipo de perturbação mental.

"Infelizmente, no decorrer do tratamento, alguns pacientes são submetidos a um tratamento indigno, por exemplo acorrentados a árvores ou camas, fechados em jaulas, deixados sem alimentos durante muitas horas, privados de apoio familiar e sem higiene pessoal adequada", lê-se na mensagem da OMS.