“Nenhuma das amostras de carne de vaca picada passou na avaliação em laboratório”, lê-se no comunicado que a Deco Proteste enviou às redações.
Segundo o estudo, a conservação da carne era feita a temperaturas elevadas e em condições de má higiene. A análise revela ainda uma elevada utilização de sulfitos para dar cor e um aspeto mais saudável e fresco aos alimentos.
Segundo a lei portuguesa, a carne picada deve ser conservada, no máximo, a 2°C. Mas só 8 estabelecimentos respeitavam a lei. Os restantes 26 revelaram temperaturas superiores, indica a nota. Na Grande Lisboa, a média foi de 4,6°C e, no Grande Porto, de 6,3°C.
A Deco realizou ainda análises microbiológicas e nenhuma amostra de carne picada passou no exame, revelando um “panorama abundante de microrganismos, alguns potencialmente patogénicos”.
“Quase um quarto das amostras continha Salmonella”, frisa o comunicado. “Encontrámos outros microrganismos potencialmente patogénicos, como a Listéria monocytogenes, indicadores de contaminação fecal, como E. coli, e elevado número de bactérias”.
Cerca de 60% das análises revelaram ainda a presença de sulfitos nos alimentos, conservantes usados como inibidores de microrganismos, cuja utilização está interdita por lei na carne picada por poderem causar dores de cabeça, náuseas, problemas cutâneos e digestivos.
Em comunicado, a Deco Proteste frisa que é urgente exigir ao Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território a proibição da venda de carne previamente picada e desaconselha ainda, aos consumidores, a sua compra.
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