A DECO Proteste realizou um teste a 23 marcas de bolacha maria e cruzou os valores declarados no rótulo com o algoritmo do Nutri-Score (entre A e E) para deliberar sobre a composição nutricional das bolachas maria. "As amostras que chumbaram em tal critério viram a Qualidade Global limitada a esta avaliação", esclarece a associação.

"Mais de um terço das amostras chumbou. Justificação: valores substantivos de açúcar e irrisórios de fibra. Nas gorduras saturadas, o óleo de palma estraga a pintura. Na bolacha maria sem açúcar, o A e o B do Nutri-Score reinam", adianta.

"Verifique se as bolachas contêm ingredientes com recomendada moderação no consumo, como a gordura de palma, rica em ácidos gordos saturados. Opte por bolachas sem este tipo de gordura", recomenda a DECO Proteste.

"A nutrição tropeça na grande quantidade de açúcar e na falta de fibra", adverte. "Procure a declaração nutricional, obrigatória no rótulo da maioria dos alimentos. Confira os teores em lípidos (entre os quais, os saturados), açúcares e sal. Quanto mais baixos, melhor. Compare os valores nutricionais dos produtos por 100 gramas", acrescenta.

O simulador da DECO PROTESTE classifica como toleráveis a maioria dos aditivos da lista de ingredientes dos produtos testados. Porém, três marcas contêm E 150d (caramelo de sulfito de amónio), corante enganador e a evitar: as Cuetara e P’tit Deli (originais) e a Vieira, sem açúcar.

"O E 150d pode conter um composto, 4-MI (4-metilimidazol), classificado como possivelmente cancerígeno pela Agência Internacional para a Investigação do Cancro (IARC). Já a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) concluiu que as estimativas de exposição à impureza 4-MI, resultante do consumo de caramelos como aditivos alimentares, não preocupam. Ainda assim, o E 150d deve ser evitado por quem não tolera sulfitos. Verificou-se ainda que poucas são as bolachas sem aromas", explica a DECO Proteste.

DECO Proteste recomenda marcas a educar o paladar

A DECO Proteste refere ainda que quando, na embalagem, se lê "sem açúcares" ou "sem açúcares adicionados", regra geral, são os edulcorantes a fazer as doces honras. "Os fabricantes deveriam abreviar a proporção de açúcar, ao invés de o trocar por edulcorantes ou por outros ingredientes doces. Educar o paladar, adaptando-o a alimentos menos doces, justifica os ganhos em saúde", defende.

"As bolachas sem açúcar e sem açúcar adicionado são apenas aceitáveis. Contêm maltitol, um aditivo da categoria dos poliois ou açúcares reduzidos, que, em quantidades exageradas, é laxante e pode provocar inchaço no abdómen, flatulência, dores de barriga e diarreia", conclui.

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