Uma equipa composta por investigadores da Universidade Técnica de Munique (TUM) e da Universidade Ludwig Maximilian de Munique (LMU), na Alemanha, conseguiu desenvolver péptidos sintéticos que combatem a aterosclerose, uma doença crónica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. As novas moléculas, compostas por aminoácidos sintetizados em laboratório, ainda não foram testadas em humanos mas os primeiros dados recolhidos dos primeiros ensaios clínicos com animais são promissores.
Afrodite Kapurniotu, professora de bioquímica dos péptidos na TUM, uma das autoras do estudo, está convencida que as novas substâncias vão poder, no futuro, depois de devidamente certificadas pelas autoridades de saúde, reduzir o número de acidentes vasculares cerebrais (AVC) e de crises cardíacas, para além de aumentar o número de soluções terapêuticas para as doenças cardiovasculares ainda muito centradas nas citocinas e nas quimiocinas, nem sempre com os resultados pretendidos pelos médicos.
"As mini-CXCR4 que desenvolvemos são capazes de distinguir seletivamente duas quimiocinas diferentes direcionadas para o mesmo recetor, num situação que envolva a quimiocina atípica MIF e a quimiocina clássica CXCL12", esclarece a investigadora. "A aterosclerose é uma doença crónica das grandes e das médias artérias. Consiste na acumulação de placas de gordura nas paredes dos vasos, podendo causar a sua obstrução. As partículas mais importantes para a formação destas placas são as de colesterol LDL, também conhecido como o mau colesterol", esclarece um artigo do projeto multiplataforma português Cardio 365º.
"A obstrução das artérias causada pela aterosclerose pode estar na origem de várias doenças cardiovasculares. Além disso, a placa pode também desprender-se e formar um trombo, que poderá obstruir outras artérias. Uma obstrução significa menos fluxo sanguíneo e, como tal, menos oxigénio para os tecidos que dependem desse fluxo", esclarece ainda. Para além do AVC, de angina de peito e, nos casos mais graves, enfarte agudo do miocárdio são duas das consequências mais comuns deste problema de saúde.
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