“O que queremos é trabalhar em conjunto, refletir em conjunto sobre os temas que nos são transversais, organizar e sistematizar as nossas reivindicações porque acreditamos que, em conjunto, conseguimos ter mais peso e mais facilmente atingir os nossos objetivos”, explicou à Lusa Maria do Rosário Zincke, presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, uma das organizações envolvidas.
Esta responsável sublinhou que as quatro organizações mantêm a sua autonomia na defesa de cada uma das suas áreas de interesse, assinando hoje um “documento de consenso” para um trabalho conjunto.
“O principal objetivo é melhorar vida do cidadão, com ou sem doença”, acrescentou.
A Rede de Organizações de pessoas que vivem com Doença e Utentes de Saúde pretende ser um fórum de entendimento que abordará temas transversais como o acesso aos cuidados de saúde de qualidade, a literacia em saúde, o diagnóstico precoce eficiente, a capacitação das associações e a defesa da sua efetiva participação nos processos de tomada de decisão.
Pretende igualmente defender os direitos das pessoas com doença crónica e cuidadores informais.
Além da Plataforma Saúde em Diálogo, fazem parte deste rede a FENDOC — Federação Nacional das Associações de Doenças Crónicas, a MAIS PARTICIPAÇÃO, melhor saúde e a RD — Portugal — União das Associações de Doenças Raras de Portugal.
O que será hoje assinado, no Auditório António de Almeida Santos, na Assembleia da República, será um “documento de consenso” que, segundo Maria do Rosário Zincke, servirá para deixar escrito o que une estas organizações, o que se propõem fazer e os princípios de funcionamento.
“Por exemplo, cada organização mantém a sua autonomia, optámos inclusive por não criar um logótipo, a nossa imagem é o conjunto das imagens de cada organização”, disse.
“Vamos reunir-nos sempre que necessário para preparar as nossas posições em relação aos mais diversos assuntos, deste a doença crónica ao cuidador informal e aos direitos dos doentes e [a intenção é] aproximarmo-nos dos decisores políticos, reivindicando o que consideramos adequado em cada momento”, adiantou.
No fundo, explicou, todas as organizações envolvidas acabam por tirar partido do trabalho que individualmente cada uma tem feito e continuará a fazer: “Há determinados aspetos que têm sido mais aprofundados por determinada organização, as outras vão tirar partido desse trabalho”.
“Por exemplo, a FENDOC tem uma proposta para o doente crónico já feita, bem estruturada. Não fazia sentido cada uma das organizações estar a fazer o mesmo de raiz”, explicou.
A MAIS PARTICIPAÇÃO, melhor saúde — continuou — “fez um trabalho fantástico que deu origem à carta para a participação dos utentes de saúde, que resultou de um trabalho conjunto de muitas associações e que acabou por resultar numa lei, aprovada na Assembleia da República, que consagra uma serie de direitos fundamentais que têm que ver com a participação do cidadão nos processos de tomada de decisão”.
A assinatura do documento de Consenso entre estas associações será precedida por uma mesa redonda, com representantes de cada uma das organizações, que analisará de que modo esta rede informal poderá fazer a diferença na defesa dos direitos das pessoas com doença, utentes de saúde e cuidadores informais.
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