“A informação mais recente leva-nos a tomar uma única decisão possível: adiar a realização do Festival para o mês de dezembro, partindo do pressuposto que até lá estarão reunidas todas as condições de segurança”, adiantou à Lusa a XTravel, em comunicado.

“Em nome do interesse público e dos nossos valores éticos, que desde o início sempre nos nortearam, e em face dos mais recentes desenvolvimentos de casos de infeção dentro da faixa etária da maioria dos participantes, tomámos esta decisão, ainda que a vontade expressa da grande maioria consista na manutenção do evento na data prevista”, acrescenta a agência que organiza viagens de finalistas.

A XTravel garante, ainda, que está a trabalhar com todas as entidades envolvidas no sentido de identificar soluções para esta situação e apela à compreensão e “colaboração de todos neste momento difícil”.

Na quarta-feira, a Deco apelou a um esclarecimento do Governo sobre viagens de finalistas a Espanha, que permita resolver o impasse sobre 10 mil viagens de alunos, integralmente pagas, e que têm partida marcada para 28 de março.

A agência XTravel, responsável pela organização da viagens dos finalistas, pediu aos pais dos 10 mil alunos com viagem contratada para 28 de março que se manifestassem, a partir das 10:00 de quarta-feira, se mantêm a viagem, se pretendem reagendar para as férias do Natal (entre 16 a 22 de dezembro), ou se querem cancelar mediante um crédito, de 50% do valor já pago, para usarem em outros produtos da Xtravel, como viagens a outros destinos.

Os pais dos 10 mil alunos enviaram na terça-feira uma carta aberta à ministra da Saúde, ao ministro da Educação e à Diretora-Geral da Saúde, acusando a XTravel de “recusa cancelar a viagem de finalistas/Festival Village (FV2020)” a Punta Umbría, entre 28 de março e 03 de abril.

Num comunicado publicado também no Facebook, a agência de viagens recordou que “existem vínculos contratuais que ligam a Xtravel a organizadores do evento e, por sua vez, a prestadores de serviços de hotelaria, transportes, produção, artistas, entre outros”.

E lembrou ainda que, ao tempo da sua celebração do contrato de viagem, não era razoável prever-se um cenário como o atual e afirma que não é legalmente possível à Xtravel reclamar junto dos seus parceiros o ressarcimento de uma parte significativa dos valores já pagos ao longo dos últimos meses, quando também eles já incorreram em custos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença COVID-19 como pandemia, uma decisão que justificou com os "níveis alarmantes de propagação e de inação".

A pandemia de COVID-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ultrapassou as 124 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados. Até ao momento, as escolas portuguesas mantêm-se abertas, exceto aquelas encerradas de forma casuística por ligação a casos confirmados ou casos suspeitos.

O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas. Ordenou também a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, a mais afetada.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do país, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.

Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias. Um pouco por todo o país, centenas de eventos têm sido cancelados num esforço conjunto para travar a propagação do COVID-19.

A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.

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