No primeiro parto, uma cesariana, a paulistana Marisa não precisou de anestesia e durante o nascimento do segundo dos seus três filhos até adormeceu.
A brasileira da localidade de Angatuba, no estado de São Paulo, já amputou um dedo do pé e perdeu o sentido do paladar depois de se queimar na língua diversas vezes, sempre sem dar por isso.
A patologia - insensibilidade congénita à dor ou analgesia congénita - afeta menos de 50 pessoas em todo o mundo, escreve a BBC.
Em permanente risco de vida
À primeira vista, até pode parecer um benefício, mas a doença coloca Marisa de Toledo em permanente risco de vida. "Eu já caí, bati com a cabeça... Uma vez cortei as costas, mas não chorei. A minha mãe nunca me levou no médico. Só depois de ela morrer é que fui ao médico", cita a estação britânica.
"Sinto quando está quente lá fora. Mas não sinto o fogo, nem a água quente no chuveiro", acrescentou, por isso quando era mais nova ficou com as costas cheias de bolhas depois de passar uma tarde junto à lareira.
O irmão de Marisa, Reinaldo, de 38 anos, também sofre da mesma doença.
A paulistana chegou a partir o tornozelo, aos sete anos, mas só reparou dias depois, quando a inflamação ganhou grandes proporções. "Eu conseguia andar normalmente", recorda.
O caso de Marisa de Toledo é acompanhado no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Os especialistas acreditam que seja um problema genético.
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