Esta é, sem dúvida, a altura com um maior acesso à informação e, perante todas as dúvidas que possam existir, hoje todas as respostas estão à distância de um clique, à distância de segundos.
Perante isto, os adolescentes de hoje são os que, desde sempre, mais têm acessibilidade a todas as informações e a formas de esclarecer dúvidas, no entanto, mesmo assim, são também uma das gerações que mais questões colocam quanto ao futuro escolar e profissional. Sendo que, quando se aproxima a altura de tomar decisões escolares - seja o fim do nono ano, seja o fim do ensino secundário - aumenta a ansiedade e, muitas vezes, os adolescentes parecem ficar apenas num impasse, sendo incapazes de escolher o caminho a seguir, de forma consciente e tranquila.
Aquilo que acontece é que, apesar de todas as acessibilidades, os adolescentes parecem muitas vezes ficar apenas ‘vazios’, por entre todos os estímulos e todos os acessos que têm a tudo ao mesmo tempo, parecem ficar perdidos, sem redes internas de suporte que os alavanquem quer para a vida, quer para as decisões que precisam de tomar ao nível do futuro.
Neste sentido, os adolescentes conhecem cada vez mais o mundo, mas parecem conhecer-se cada vez menos a si próprios. E, se um adolescente, não se conhece a si próprio, não será nunca capaz de saber o que quer e qual a sua vocação.
Nestas circunstâncias, perante a necessidade de tomar uma decisão escolar e profissional, um adolescente incapaz de o fazer, precisa de ajuda e uma Orientação Vocacional, pode ser a chave fundamental neste processo. Levando um adolescente a parar, a olhar para dentro de si e a fazer um trabalho de autoconhecimento, identificando as suas características de personalidade e os seus interesses específicos, de forma a que consiga saber quais as áreas profissionais que melhor se adaptam às suas características. Ao mesmo tempo que precisa de identificar as suas competências, só sabendo exatamente quais são as suas áreas cognitivamente fortes e cognitivamente frágeis, um adolescente pode saber em que profissão poderá encaixar-se melhor e destacar-se.
Desta forma um adolescente que consiga olhar para dentro e fazer uma descoberta acerca das suas características de personalidade, dos seus interesses e das suas competências, será sempre uma adolescente mais capaz de tomar uma decisão equilibrada e consciente quanto ao futuro escolar e profissional. E, para além disso, será sempre um adolescente que lidará melhor consigo próprio e com os desafios que se coloquem no seu dia a dia e nas relações que vai estabelecendo.
Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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