Os idosos correm um risco acrescido de doença grave se forem infetados pelo vírus SARS-CoV-2, na origem da COVID-19, a patologia na origem da pandemia que o planeta atualmente enfrença. Para além de uma maior vulnerabilidade, associada ao avançar da idade, podem ter doenças pré-existentes que agravem a sua condição. A par de todo o suporte logístico que lhes devemos prestar, é também importante facultar-lhes apoio emocional e fazer-lhes companhia.

No caso de estarem em isolamento depois de diagnosticada a doença, de suspeita de terem contraído a patologia ou ainda de contacto com um suspeito de infeção e/ou de aguardarem o resultado do teste, esse acompanhamento é fundamental. "É uma situação difícil em que a solidão em si é agravada pela ansiedade, pelo medo e pelas muitas dúvidas", refere um artigo da Prevenir que reúne os conselhos da Ordem dos Psicólogos Portugueses:

- Monitorize o estado de saúde e de bem-estar do idoso uma a duas vezes por dia. Esteja particularmente atento a sintomas de doença. Os sinais habituais podem ter, nesta situação, um significado diferente. Em caso de dúvida ou de verificação de alterações às condições de saúde habituais, ligue para o SNS 24 através do número 808 24 24 24 ou, em alternativa, contacte um profissional de saúde.

- Mostre-se interessado e disponível para falar. O isolamento pode levar ou aumentar sentimentos de ansiedade e de stresse. Para além de lhes contar histórias ou relatar epsódios familiares do quotidiano, tente também encontrar tempo para os ouvir e para lhes prestar atenção.

- Mobilize pessoas próximas para oferecer companhia, conforto e apoio, mesmo que à distância. Por exemplo, podem telefonar ou escrever, no caso do idoso não ser analfabeto. Pode ser uma fonte de bem-estar sentir que há pessoas que se preocupam, que estão próximas e disponíveis para ajudar.

- Reforce as manifestações verbais de afeto. Mostre à pessoa que a ama. Nesta fase de confinamento e de afastamento social, são essenciais.

- Uma vez que os idosos podem ter mais dificuldade em adormecer, procure ligar-lhes para os tranquilizar nessa altura do dia. Se os sentir demasiado ansiosos, proporcione-lhes atividades calmas e relaxantes.

- Garanta que a pessoa idosa toma a medicação prescrita para os problemas de saúde já existentes. Nesta fase de alteração de hábitos, muitos podem esquecer-se de ingerir os fármacos que tomam habitualmente.

- Procure assegurar-se que o sénior em isolamento tem uma alimentação equilibrada e faz exercício físico. Na impossibilidade de ir para a rua, convença-o a caminhar pela casa, a levantar-se várias vezes ao dia e a realizar exercícios simples.

- Sugira-lhe atividades, idealmente simples, que o possam manter interessado. Em casa, numa varanda ou num pequeno terraço, a jardinagem é uma das atividades terapêuticas e relaxantes a considerar neste período de confinamento social. Cultivar vasos ou pequenos canteiros de ervas aromáticas não só os ocupa como tornará depois as ruas refeições (ainda) mais saborosas.

- Se possível, atribua-lhe uma tarefa ou responsabilidade que o faça sentir-se útil, agradeça-lhe o que está a fazer e recorde-lhe que está a proteger a comunidade em que vive, impedindo o novo coronavírus de se propagar e evitando potenciais contágios.