Por entre o correr dos dias, muitas vezes, torna-se difícil olhar para o mundo numa perspectiva positiva, permitindo-nos a sorrir e a fazer os outros sorrirem. Mais vezes do que todos gostaríamos, acabamos por nos deixar inundar de notícias, perspetivas e acontecimentos que nos atiram para um lado mais sério e, por vezes, mais assustado da vida.

Mas, apesar da realidade negativa com que - tantas  vezes - nos deparamos existir, se nos deixarmos levar por ela de forma impactante, sem nos permitirmos a ver tudo o resto à nossa volta, contribuímos para uma perpetuação do ciclo negativo de acontecimentos e para o nosso adoecer interior.

Não quer isto dizer que nos devemos afastar da realidade à nossa volta, pelo contrário, não devemos evitá-la ou fingir que não existe. Devemos é - ao mesmo tempo com que nos deparamos com ela, com que a tentamos processar  e, eventualmente, melhorar - abrir espaço às coisas boas da nossa vida, seja a relações, conquistas ou esforço. 

É quando, apesar de tudo o que corre mal, abrimos espaço ao bom e ao positivo, que temos oportunidade de quebrar o ciclo de acontecimentos negativos, de dar espaço à nossa melhor realidade e de contribuir para a robustez da nossa saúde, quer mental, quer física. 

É quando ficamos restringidos ao lado negativo das coisas, que começa a surgir - entre outras fragilidades - a tonalidade depressiva, a ansiedade e o mal-estar interior, que contamina tudo aquilo que somos. 

No fundo, devemos sempre lidar com todos os acontecimentos da nossa vida, mas podemos escolher a quais acontecimentos - ou a qual lado dos acontecimentos - vamos dar mais protagonismo. 

Sendo certo que se o protagonismo estiver focado num lado mais descontraído e positivo, seguramente nos sentiremos melhor connosco próprios, com o mundo e seremos mais saudáveis e felizes.

 Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.