Enquanto seres humanos, somos pessoas de hábitos, são os hábitos aliados às rotinas que nos transmitem uma certa sensação de previsibilidade e que, por isso mesmo, nos dão segurança e nos trazem bem-estar.
Numa perspetiva mais ampla sobre nós, os hábitos devem ter o poder de nos alavancar. No entanto, nem sempre é fácil consolidar de forma consistente os hábitos que nos trazem benefícios, sejam hábitos de sono, de performance, de promoção de saúde mental ou de saúde física. Para que um hábito positivo se instale é necessário algum esforço, dedicação e, principalmente, motivação.
Por outro lado, em contraponto, é muito fácil deixarmos que hábitos menos positivos para nós se instalem e que ganhem dimensão significativa no nosso dia a dia. A verdade é que os hábitos negativos se instalam com muito mais facilidade que os positivos, regra geral, porque ao invés de concederem o bem-estar a longo prazo, concedem o bem-estar a curto prazo. E, quando o bem-estar é imediato, é demasiado fácil cairmos na habituação ou até no registo de vício.
Imaginemos, por exemplo, que gostaria de ter uma alimentação saudável, o hábito de se alimentar de forma saudável, implica mudanças, que geralmente trazem dificuldades na fase inicial e o resultado de uma alimentação saudável só se verifica a longo prazo. Obrigando-o a ser capaz de se manter alinhado com o processo antes mesmo de obter os benefícios associados ao hábito positivo que procura instalar.
Por outro lado, uma alimentação não saudável - como por exemplo o fast food - traz a satisfação imediata e gera viciação. Por isso, mesmo o hábito de uma alimentação de fast food, por exemplo, é mais fácil de consolidar, que o hábito de uma alimentação saudável.
Tudo isto serve de ponto de partida para se analisar o dia a dia e se pensar acerca dos hábitos que se está a adoptar e o impacto que eles têm no dia a dia e no bem-estar pessoal a curto e longo prazo. Após fazer esta análise, estaremos alinhados para eliminar os hábitos negativos e criar espaço para a consolidação dos hábitos positivos.
Sendo certo que um hábito só é bom para uma pessoa, se com ele vierem benefícios, se com esse hábito se alavancar o bem-estar geral e o desempenho não só a curto prazo, mas também a longo prazo.
Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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