A educação para a saúde mental ainda é escassa e, por isso, muitas vezes, não fica claro para cada um de nós qual é a altura em que determinada situação é indicadora de que precisamos de ajuda especializada.
Ao não termos esse conhecimento, são demasiadas as vezes, em que cada um tenta resolver as suas dores psicológicas sozinho. Este é um caminho perigoso, uma vez que somos o resultado de toda a nossa história e de todas as nossas experiências. Isto significa que as dores não resolvidas no agora, vão-se acumulando e consolidando dentro de nós e, mais tarde, acabarão por sair de forma menos saudável, podendo gerar quadros de doença mental ou física.
É, nestas circunstâncias, muito importante ficarmos atentos aos sinais, destacamos quatro dos sinais que pode levar à procura de um psicólogo:
1. Dificuldades em lidar com as emoções e oscilações de humor
Quer as oscilações repentinas de humor — sem motivo aparente —, quer a contenção emocional ou os traços prolongados de tristeza, irritabilidade ou ansiedade devem ser tidos como um sinal de alerta;
2. Fadiga recorrente e falta de motivação
Se mesmo depois de um fim de semana, ou de umas férias, a fadiga parece persistir ou a motivação teimar em não aparecer. Este pode ser um reflexo de alguma desorganização interna, que nos faz ficar distantes das exigências do dia a dia;
3. Dificuldade na relação com os outros
Se existe dificuldade em manter relações duradouras e positivas, podem existir padrões relacionais ou de comportamento que estão a condicionar e que precisam de intervenção;
4. Queixas físicas recorrentes
Sempre que as nossas emoções não se expressam de forma eficaz, pela palavra, por exemplo, acabam por se expressar pelo corpo de forma desajustada, uma vez que todas as emoções precisam de se expressar. Neste sentido, a tensão física e as dores corporais generalizadas sem motivo médico, é o reflexo último de como não estamos a ser capazes de ouvir as nossas emoções.
Perante tudo isto, é essencial nunca esquecermos que o nosso bem-estar, o nosso sucesso, as nossas relações e a nossa saúde física dependem também da nossa saúde mental. Sempre que existem sinais de alerta, devemos ouvi-los e ser capazes de procurar a ajuda necessária para inverter os quadros mais difíceis que se vão instalando.
Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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