O ritmo dos dias é, muitas vezes, demasiado acelerado, demasiado exaustivo e por entre todas as exigências de cada um de nós, é muitas vezes o trabalho que acaba por se tornar um ponto de desequilíbrio e até, no limite, de saturação física e emocional.
Para alguns de nós, o trabalho representa uma missão de vida, reflete um talento, para outros reflete apenas uma necessidade que permite o equilíbrio financeiro, por exemplo.
A verdade é que seja quais forem as circunstâncias, devemos sempre avaliar o peso que o trabalho acaba por assumir no dia a dia e no bem-estar de cada um de nós, de forma a, garantir que a pressão exercida pelo trabalho não nos bloqueia e não é um travão para as restantes áreas da nossa vida.
Para isso, é importante avaliar alguns aspectos, dos quais destacamos:
1. Relações estabelecidas no local de trabalho - seja em versão presencial, seja em versão online, são as relações que são estabelecidas no local de trabalho que determinam, grande parte da satisfação durante um dia de trabalho. Por isso, pare e reflita acerca das suas relações, quer com os pares, quer com a hierarquia. Está perante relações saudáveis que lhe permitem o crescimento e o bem-estar? Ou perante um contexto de relações que o levam a uma situação de desgaste?
2. Desgaste físico e emocional - por vezes, pelas exigências de cada trabalho, pela necessidade de se cumprir objetivos ou a ambição de se atingir a perfeição laboral, dá-se o cenário de um profundo desgaste físico ou emocional. Este cenário pode acontecer até mesmo quando se é apaixonado pela profissão. Por isso, é absolutamente essencial, refletir acerca da forma como o trabalho está, ou não a desgastar-nos quer fisicamente, quer emocionalmente. Aproveite e reflita se sente que está a dar demasiado de si ao seu trabalho? Olhe para os seus tempos de pausa, consegue usufruí-los ou o seu corpo está demasiado cansado do trabalho? Ou, de outra forma, consegue usufruí-los ou a sua mente está demasiado preocupada com o que foi feito ou com o que precisa de ser feito?
3. Recompensa económica do trabalho - o fator económico é absolutamente fundamental e permite a cada um de nós alcançar não só a satisfação de necessidades básicas, como a qualidade de vida. Quando perante o trabalho exercido, sentimos que a recompensa económica não nos permite a estabilidade que necessitamos, inicia-se regra geral, um ciclo de ansiedade para com as necessidades do dia a dia e os desejos para o presente e para o futuro. Reflita se o seu trabalho lhe dá a recompensa que espera? Se não der, analise, se é um processo e se está em fase de crescimento e essa recompensa irá chegar, ou por outro lado se está perante uma fase de estagnação.
Perante tudo isto, é essencial não nos esquecermos que o trabalho é uma componente muito importante da nossa vida, que nos permite equilíbrio financeiro, que muitas vezes nos permite fazer coisas das quais gostamos e cumprir uma missão de vida. Apesar disso, nunca o trabalho se deve sobrepor a nós próprios, nunca o trabalho deve ser o único motor da nossa vida, sob pena do desgaste se tornar tão grande, que, com o tempo, cheguemos a uma situação limite e, nessa situação, nem o trabalho nos salvará. Assim, após refletir sobre o seu trabalho, se necessário comece a agir e a tomar decisões que o levem a uma relação mais positiva e saudável com o seu trabalho.
Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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