A verdade é que a alimentação funciona, muitas vezes, como um escape para o nosso mal-estar e como uma forma de preencher um certo vazio interior. Como se ao alimentarmo-nos pudéssemos adquirir bem-estar e fugir do nosso mundo interno.
No entanto, por mais que nos alimentemos nunca a comida pode preencher verdadeiramente o nosso vazio interior, funciona apenas como uma espécie de ‘cuidado paliativo’ que nos permite aguentarmo-nos por mais uns momentos. Desta forma, por muito que nos dê a ilusão de equilíbrio, mais tarde ou mais cedo, podemos colapsar.
Assim, para se libertar da fome emocional, é essencial começar por:
1. Tornar consciente os gatilhos que despertam a fome emocional
É muito importante ficarmos atentos aos momentos que nos fazem quebrar e que nos levam a procurar na alimentação um refúgio. Por isso, procure observar os seus comportamentos e identificar os gatilhos que despertam a fome emocional, por exemplo, questões relacionadas com o trabalho, discussões com familiares, ou situações que fragilizam a sua autoestima. A verdade é que se tivermos consciência desses gatilhos, será mais fácil agir quando eles surgem e evitar a ingestão para compensar a dor emocional associada.
2. Aceitar as suas emoções
Aceitar tudo aquilo que vivencia emocionalmente é fundamental para o bem-estar e para o equilíbrio interno. Por mais difícil que seja a situação e a vivência emocional a ela associada, se a rejeitar terá de encontrar refúgios externos para se distanciar da dor, como por exemplo, a alimentação. Por isso, comece por se permitir aceitar as suas emoções, procurando estratégias adaptadas para lidar com elas.
3. Aceitar as suas fragilidades e procurar desenvolver a sua segurança interna
Sejam quais forem os gatilhos que despertam a sua fome emocional, é essencial procurar estar seguro de si e ter consciente que muitas das nossas lutas internas prendem-se com a dificuldades em aceitarmos os nossos lados menos bons e com o facto de a cada falha nossa nos sentirmos menos seguros e menos capazes. Por isso, é fundamental aceitar as nossas fragilidades e procurarmos desenvolver a nossa segurança interna.
A fome emocional é um fenómeno complexo, que se deixarmos que se prolongue no tempo e aumente a sua intensidade, trará consequências significativas quer a nível emocional, quer a nível físico. Por isso, procure inverter este cenário e libertar-se da sua fome emocional.
Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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