Já este setembro, a restauração lisboeta merece destaque do outro lado do Atlântico em artigo publicado na revista “Forbes”, na sua edição digital. Numa peça assinada pela jornalista Ann Abel, 11 casas de comeres de portas abertas na capital, contam com destaque especial por parte da profissional da comunicação com 18 anos de carreira na área das viagens.

Ann que pretendia publicar a lista com as suas escolhas há seis meses, viu o anúncio destas suas preferências protelado para momento mais oportuno devido à pandemia de COVID-19.

Em março o mundo parou, facto que leva a jornalista com peças assinadas em publicações como a “Conde Nast Traveller” e a “National Geographic”, a salientar a resiliência destes empreendedores da restauração.

Para a jornalista norte-americana, “alguns dos melhores e mais brilhantes restaurantes lisboetas revelaram uma notável flexibilidade na reação ao novo normal (…) conseguiram aguentar, alguns com entregas ao domicílio, e ajustando a oferta para o momento da reabertura”.

Sucintamente, eis a lista de restaurantes destacados na revista “Forbes”:

Audaz (Rua 4 de Infantaria, nº 3A), do chefe de cozinha Manuel Lino, casa de “pratos perfeitos, como pãezinhos de fígado de frango com maionese kimchi, salada de tomate assado com queijo fresco e coentro”, na opinião de Ann Abel.

Barra (Rua Marquês de Fronteira 133B), de Francisco Gomes, casa inspirada nos balcões de tapas espanhóis. A jornalista salienta nesta casa os pratos de mar.

Bistrô Bicho Mau (Rua Coelho da Rocha 21A), espaço dirigido por Rita Gama e Tomás Andrade Rocha, uma casa despretensiosa. Ann destaca na carta “o porco que queria ser uma ovelha”, prato que inclui barriga de suíno da raça Mangalitsa.

Eneko Lisboa (Rua Maria Luísa Holstein, nº 15), restaurante onde brilha o chefe de cozinha basco Eneko Axta. "Jantar aqui é como entrar numa produção para teatro", sublinha a jornalista.

Fogo (Avenida Elias Garcia, nº 57A) do chefe de cozinha Alexandre Silva, com uma estrela Michelin num outro restaurante também em Lisboa, o Loco. Aquilo que parece uma receita simples, juntar proteína animal e fogo, passa para um outro patamar, nas palavras de Ann.

Alexandre Silva - Memórias, apegos e irritações do chefe de cozinha que sonhou ser fotógrafo de guerra
Alexandre Silva com a sua equipa no restaurante Loco. créditos: Agência Amuse Bouche/Paulo Barata

Kai Lisbon (Avenida Fontes Pereira de Melo 41 Loja C). Um luxo sob a forma de restaurante japonês, de acordo com a colaboradora da Forbes que salienta: “o restaurante abriu no inverno passado com uma equipa internacional de chefes importados de Dubai. Mais tarde, reabriu com o chefe João Francisco Duarte (ex-Bica do Sapato)”.

Misc by Tartar-ia (Rua da Boavista, nº 14), restaurante que faz dos tártaros um ponto de partida, embora o menu apresente amplitude de outros pratos “como cheeseburgers a partir de carne maturada, arroz de marisco e croquetes de beringela extremamente leves”.

O Frade (Calçada da Ajuda, nº 14), restaurante intimista, de mesa posta ao balcão, gerido pelos primos Carlos Afonso e Sérgio Frade. Casa de comeres alentejanos, com vinho de talha. Um projeto que nasceu em 2019.

No restaurante O Frade é de aconchego a cozinha com o tempero da nostalgia
Sérgio e Carlos. créditos: Chefs Agency

Praia no Parque (Alameda Cardeal Cerejeira), com uma carta que agrada a Ann Abel, particularmente os “ceviches e saladas delicadas e elegantemente apresentadas a fartos pratos de arroz”

Taberna do Calhau (Largo das Olarias 23), de Leopoldo Calhau, arquiteto alentejano que se fez chefe de cozinha e recria nesta sua casa o ambiente das antigas tabernas e uma mesa despretensiosa. Carta inspirada nos comeres do Sul de Portugal.

Zunzum Gastrobar (Avenida Infante Dom Henrique, nº 14), da chefe de cozinha Marlene Vieira. “No Zunzum, ela [Marlene] traz a sensibilidade da sobremesa a muitos dos pratos do extenso cardápio para partilha”, refere a jornalista no artigo que assina.