Chama-se Salta, a abreviatura de saltapatrás, o nome de uma das castas que existiram na América durante a colonização espanhola. A partir da miscigenação dos espanhóis peninsulares com os índios e com os habitantes nativos das terras americanas, com os escravos oriundos dos países africanos e com os chinos, os asiáticos que foram levados para o continente americano, surgiu este novo grupo étnico, marcado por uma (con)fusão de traços estéticos, de crenças e de formas de estar, de agir e de pensar.
Não admira, por isso, que, na hora de escolher o nome para o restaurante que pretendiam abrir na capital portuguesa, um espaço de restauração moderno e cosmopolita que serve uma gastronomia nacional marcada por (muitas) influências asiáticas e latinoamericanas, os empresários Tomaz Reis, Mo Lisbona, Pedro Lopes e Rafael Almeida, quatro amigos empreendedores, se lembrassem deles para o batizar. E, se assim o pensaram, mais depressa o fizeram. E nem a pandemia viral os demoveu.
Depois de experiências profissionais em cidades como Sydney, Nova Iorque, Londres, Barcelona, Copenhaga e São Paulo, o quarteto elegeu a capital portuguesa para abrir um espaço de restauração à sua imagem. A funcionar desde 6 de maio, o Salta aposta numa gastronomia sensorial que é também uma viagem por paladares de outras paragens. Uma das especialidades são os croquetes de pato cremosos, feitos com a carne da perna da ave, que, depois de desfiada, é confitada com um molho doce e suave de ameixas.
Os apreciadores de gastronomia mexicana têm tacos mas também há ostras com molho de pêra nashi e manga e uísque japonês, um ceviche de vieiras, um tártaro de atum com vegetais e creme de abacate, duas saladas e peixes, mariscos e carnes grelhadas. À semelhança da restante ementa, também as sobremesas são de fusão. Além de um pudim de manga com granita de líchia e pérolas de tapioca com leite de coco, há um brownie de chocolate com miso e doce leite, servido com gelado de mascarpone e praliné de avelãs.
Para finalizar a refeição, os mais gulosos têm ainda à disposição uma tempura de gelado de baunilha com calda de caramelo salgado. Os coqueteles são, a par da carta de vinhos, outra das apostas do Salta. Localizado no número 82 A da rua Rodrigo da Fonseca, em Lisboa, o restaurante, com uma decoração moderna, urbana e contemporânea, onde predomina o preto, o castanho e o âmbar, integra uma sala de refeições no rés-do-chão, uma sala de refeições na cave e uma esplanada. Funciona ainda como galeria de arte.
Ao longo do ano, algumas das paredes do espaço de restauração vão estando decoradas com criações artísticas. A artista plástica brasileira Cláudia Lima, que nasceu em 1956 no Rio de Janeiro, é autora de alguns dos trabalhos que podem ser apreciados e adquiridos atualmente. A cada temporada, um novo artífice expõe suas obras, adicionando novos elementos ao fator visual da experiência sensorial. Para além de um menu executivo a 20 €, o Salta propõe ainda duas experiências gastronómicas, uma a 33 € e outra a 42 €.
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