Uma ideia do João Xisto e da Joana Simões, que são sócios neste projeto, o Mar&Nada fica no número 128 da Rua da Boa Vista, em Santos, e é um bar e um restaurante.
Aqui não se utiliza proteína terrestre, trabalha-se com produtos sazonais (tanto na cozinha como no bar), e as estrelas do prato são os peixes menos consumidos, e conhecidos, da vasta costa portuguesa, os mariscos e as algas. Um espaço cool com um toque kitsch que convida a jantares prolongados na companhia de vinhos e cocktails.
A cozinha e o bar partilham todos os produtos e ingredientes, numa dinâmica intensa de experimentação e aproveitamento integral de toda a matéria-prima, e a casa do avô foi, literalmente, decorada com a louça e peças de mobiliário herdadas do avô (do João). Tudo interligado e com a sustentabilidade como fio condutor. De uma garoupa, por exemplo, aproveitam-se-lhe todas as partes, inclusive a cabeça e as espinhas para caldos, e com ela se confecionam múltiplos pratos com sabores, texturas e apresentações totalmente distintas.
A cozinha está a cargo da Verónica Catarino, que depois de ter passado pela Taberna Albricoque, de Bertílio Gomes, e pelo Cantinho do Avillez, assume agora, pela primeira vez, a direção criativa e executiva de um restaurante.
“Girafas do Mar” (feitas com alga chorão-do-mar em polme de vodka e maionese de limão), “Sloppy Sailor” (prato estrela absoluto, é uma improvável e suculenta sandes de brioche, corvina, molho tártaro, alface iceberg e picante da casa) e “Carapau Embarcado” (um tártaro de carapau e maionese de limão), são apenas alguns exemplos da carta do Mar&Nada.
A “Apanha do Dia” ocupa um espaço na carta deixado para a espontaneidade e “experimentação”, sem rede: um prato do dia, que surge no momento, feito a partir de um ingrediente fresco ao qual Verónica não conseguiu resistir.
O Bar é a praia da Joana do Carmo, responsável pelas cartas de cocktails, que chega da Toca da Raposa e partilha a mesma paixão pela inventividade e opções menos mainstream. E também ela não faz concessões.
Os cocktails, tão explosivos quanto os nomes sugerem, passam pelo “Bilhete de Ida” (feito com ananás dos Açores, whisky e double neipa), o “Estalo” (preparado com ameixa, rum branco e bolhas), o “Telefonema Inesperado” (com alperce pisco e vermute seco), e o “Verdade Inconveniente” (com algas gin e pak Choi), entre muitos outros.
Nos vinhos, as escolhas são da Joana Simões, o Dão e a Bairrada, são as regiões de eleição, e que aqui são exploradas com a intenção de desvendar verdadeiras pérolas a preços bem democráticos. No Mar&Nada o preço não é um critério de escolha de vinhos já que todos têm o mesmo valor.
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