Há múltiplos tipos de regimes alimentares chamados de vegetarianos, uns mais radicais e outros equilibrados. "A Sociedade Europeia de Gastrenterologia Pediátrica considera inadequada uma dieta vegan [vegetariana pura] para crianças e/ou adolescentes, pelo facto de poder levar a casos de desnutrição energético-proteica, carências vitamínicas D, B12, cálcio, ferro, zinco, com repercussões importantes no desenvolvimento cognitivo, na curva de crescimento e na composição corporal", adverte Ana Serrão Neto.

De acordo com a pediatra há que ter algum cuidado. "Esta dieta é particularmente desadequada no primeiro ano de vida e na adolescência, por serem períodos de acentuado crescimento", defende. "As dietas lactovegetarianas ou ovolactovegetarianas são mais equilibradas, podendo ser praticadas por crianças e adolescentes", acrescenta ainda a especialista.

"Mas o cálculo nutricional deve ser personalizado e ajustado, tendo em conta a quantidade e variedade de alimentos que são consumidos, com especial atenção ao aporte de proteínas, ferro, vitaminas B6 e B12, zinco, cálcio, vitamina D e ácidos gordos de cadeia longa [ómega-3 e ómega-6]", ressalva ainda. Segundo várias estimativas internacionais, o número de adolescentes a seguir este regime alimentar corresponde a cerca de 6% da população vegetariana.