Já ouviu falar de um videojogo chamado Fortnite? Há semanas que é o mais popular no mercado norte-americano – obteve mais de 2,4 mil milhões de visualizações num só mês no YouTube, superando o popular Minecraft. E se há quem não veja problema nenhum neste fenómeno, outros alertam para o conteúdo do produto, lembrando que o que ali se promove tem um nome: violência.
Recentemente, Lisa Damour, colunista do New York Times, escreveu sobre o jogo aconselhando os pais a não se preocuparem: “Os videojogos cultivam as habilidades espaciais necessárias em matemática avançada e engenharia”, defendeu. Algo que Leonard Sax, médico especialista em acompanhamento familiar e autor de quatro livros, entre eles o best-seller “The Collapse of Parenting” (O Colapso da Parentalidade), considera bastante duvidoso.
Num artigo da Psychology Today, o especialista defende que os videojogos prejudicam o desempenho escolar e desgastam a relação entre pais e filhos. E sublinha que o Fortnite fornece razões acrescidas para ligar o alarme:
Um jogo cujo objetivo é matar pessoas - como o Fortnite – torna os jovens insensíveis à violência.
Um parecer recente da Academia Americana de Pediatria vai no mesmo sentido: “Jogos cujo tema central é a morte são completamente desapropriados para crianças – humanos com menos de 18 anos”. “Os videojogos não devem usar alvos humanos ou outros seres vivos nem ter sistemas de pontuação baseados na morte de outrem”.
Leonard Sax aconselha os pais a terem uma conversa com os filhos e a explicarem que este tipo de produto não é bom para a sua formação. “As crianças precisam de aperfeiçoar as habilidades sociais e de praticarem actividades físicas, de preferência ao ar livre. Também necessitam de dormir bem. Um miúdo obcecado por Fortnite tem menos probabilidade de fazer todas estas coisas”.
Se proibir não é a solução, há que definir regras.
Videojogos: imponha limites
- Não deixar que o seu filho jogue mais de 40 minutos por noite durante a semana e uma hora por dia aos fins de semana.
- Não permitir trocas: se ele estiver duas semanas sem jogar, isso não implica que da próxima vez possa estar 7 horas agarrado ao jogo.
- Não deixar que ele jogue seja o que for antes dos TPC estarem feitos e as tarefas domésticas terminadas.
- Envolva-se. Desligue a televisão e ponha o telemóvel de lado para ter uma conversa ou fazer uma caminhada com o seu filho.
- Não se preocupe com a popularidade dele por não jogar o que os outros jogam.
- Se ele insistir num “combate” leve-o ao paintball. Sempre se trata do mundo real. Ah, e paga ele.
- Atenção a outros jogos cujo intuito é matar pessoas: Call of Duty e Grand Theft Auto.
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