Um novo estudo, publicado no jornal Developmental Science, analisou mais de 5 mil adolescentes e jovens adultos de 11 países, espalhados por África, Ásia, América e Europa, e confirmou que estes têm uma propensão natural para o risco, mas a forma como correm esse risco varia.

Os autores do estudo demonstraram que a procura de sensações, como a ansiedade e a excitação que caracterizam a adolecência, tem o seu pico aos 19 anos de idade em todo o mundo, e que depois diminui anos mais tarde, na casa dos 20 anos.

Do lado oposto, a auto-regulação e a capacidade de anular o impulso, começa a subir numa tendência linear e gradual por volta dos 23/24 anos, quando já são jovens adultos. O facto desta auto-regulação só acontecer de forma mais consistente numa idade adulta, pode explicar uma maior predisposição dos adolescentes de se colocarem à prova e, consequentemente, em situações de risco.

Laurence Steinberg, o principal autor do estudo e professor de Psicologia na Universidade de Temple, afirmou ao New York Times que "lá por algo estar relacionado com uma causa biológica, não significa que não possa ser moldado e que não haja nada que possamos fazer". E exemplifica: "Na China descobrimos que os adolescentes estão num momento de procura de sensações, mas isso não significa que estejam mais envolvidos no uso de drogas, relações sexuais desprotegidas ou outras situações imprudentes como assistimos na América e na Europa Ocidental".

Na Indonésia, apenas 2% dos adolescentes admitiram consumir bebidas alcóolicas no último mês, comparativamente com metade dos adolescentes argentinos.

Estas situações observadas durante o estudo levam a crer que o ambiente em que as crianças crescem assim como os costumes culturais de cada país são outro fatores que influenciam o tipo de comportamento dos adolescentes.

Os autores do estudo referem ainda que os países onde existem taxas mais baixas de tomadas de risco por parte dos adolescentes são aqueles que incentivam o auto-controlo nas crianças desde cedo, o que as ajuda a ter uma adolescência mais estruturada.

Dr. Steinberg deixa uma nota final: "Devíamos tornar o comportamento prudente mais automático e menos dependente das decisões que os adolescentes têm de tomar no momento".