Criado em parceria com as escolas e agrupamentos de Aveiro, o "Campus Júnior", que decorre entre os dias 09 e 12, é uma iniciativa inédita no país, dirigida a adolescentes com fracos percursos escolares.
O "Campus Júnior" tem conseguido motivar para os estudos alunos com percursos marcados pelo insucesso e desinteresse escolar e por contextos familiares e sociais onde as suas necessidades nem sempre são compreendidas, como as edições anteriores têm demonstrado.
"As reações que temos tido com escolas, jovens e pais apontam para uma mudança de atitude, para melhor, face às aulas, principalmente logo após a participação no Campus Júnior, onde se nota que há uma motivação acrescida dos estudantes", diz Liliana Sousa, Pró-reitora da UA.
Indicados pelas próprias escolas, os adolescentes, entre os 13 e os 16 anos, são acolhidos de forma gratuita na UA, que lhes proporciona dormida nas residências universitárias e alimentação nos refeitórios académicos. O resto é pura injeção de motivação e autoestima, cujas carências constituem um dos requisitos obrigatórios para umas férias que se querem inesquecíveis.
Acompanhados permanentemente por monitores e professores da academia, os pequenos caloiros são levados, durante os quatro dias ao longo de um programa recheado de atividades transversais a todas as áreas científicas da UA, em que se procura fomentar a motivação e desenvolver a autoestima.
"Este projeto procurou contemplar uma população que até aqui estava de fora de programas desta natureza, pois já existiam campus similares para os chamados bons e excelentes alunos, que têm em vista continuarem a estudar na universidade", aponta António Neto Mendes, diretor do Campus Júnior e professor no Departamento de Educação da UA.
Segundo o responsável, o programa "visa um público que tem todas as capacidades do ponto de vista cognitivo, mas que vive, por várias razões, um momento de baixa motivação, com dificuldades de diversa natureza", ligadas ao próprio crescimento ou aos contextos familiares e sociais.
Ao virem para a UA durante quatro dias, "os alunos são retirados das suas rotinas familiares e escolares e confrontados com contextos, regras, desafios e pessoas completamente novas, mudança que pode mostrar-lhes que aquilo que vivem e experimentam no dia-a-dia não tem de ter um caráter definitivo, e que há coisas interessantes a descobrir", sublinha António Neto Mendes.
Lusa
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