Segundo Rita Cardoso, mãe de gémeos e autora do livro Sim, São Gémeos (Fonte da Palavra, Junho de 2012), um dos primeiros conselhos que os futuros pais de gémeos estão habituados a ouvir é: «Peçam ajuda.» E a verdade é que quando os pais fazem tudo sozinhos, é-lhes exigida uma dedicação única e exclusiva aos bebés, «que traz consequências graves para a autoestima da mulher ou bem-estar do casal.»
«As ajudas são importantes, mas têm de ser bem doseadas», aconselha Rita Cardoso, explicando que também é importante saber aceitar a ajuda dos outros. Se, por um lado, os pais devem gerir as ajudas e colocar limites sempre que estas «ultrapassem a barreira da intimidade do casal e da família», por outro, avós ou outros familiares «devem saber ver quando estão a mais, e reconhecer e aceitar» a postura dos pais.
Primeiros tempos de vida
Ter dois (ou mais) bebés ao mesmo tempo é completamente diferente de ter uma ou duas crianças de idades diferentes. Como explica Rita Cardoso, «os pais vão deixar de ter o mesmo tempo para dormir, comer, fazer a lida da casa ou simplesmente apreciar o momento magnífico que é ver um bebé a dormir.»
Nos primeiros tempos de vida, a alimentação ocorre de três em três horas no mínimo.
Em casos de prematuridade, os pais precisam de alimentar os bebés de duas em duas horas. «Se somarmos o tempo que estamos a amamentar, que colocamos o bebé a arrotar, que estamos a mudar a fralda e o tempo que voltamos a adormecer o bebé, vezes dois, não será preciso muito para as mesmas três horas passarem a voar. Quando damos por nós, volta tudo ao mesmo.»
Rita Cardoso aconselha os pais a criar estratégias para superarem eles próprios as suas dificuldades, acrescentando que uma solução pode passar pela criação de rotinas dos dois bebés em conjunto.
«No primeiro ano estamos desejosos que o tempo passe e esquecemo-nos de apreciar a maternidade. Olhamos para trás e pensamos que não nos lembramos de estar com os nossos filhos ao colo ou de simplesmente sentirmos o cheiro deles.» E conclui: «Apreciem o mais possível cada momento!»
Texto: Ana Margarida Marques
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