Pode parecer um cliché mas, ser mãe, tem-me feito valorizar (ainda mais) o papel de educadores exímios dos meus pais ao longo destes anos.
“O chá toma-se desde o berço” é, provavelmente, uma das frases mais carismáticas que marca a minha infância no que respeita ao “saber estar”.
Saber estar e saber adotar o comportamento adequado é o que nos permite estar em ambientes diversos de forma segura e confortável.
Tal como nós, as crianças precisam de saber qual o comportamento que esperam de si para se sentirem seguras. As regras dão segurança às crianças e somos nós, pais, que em primeira linha temos o dever de as transmitir.
Falar de etiqueta para crianças é, muitas vezes, tido como démodé ou contrário ao espírito livre e explorador da criança.
A etiqueta não é mais do que uma demonstração de respeito e bondade para com quem nos rodeia.
Em 2015, o Papa Francisco relembrou-nos as três palavras-chave para haver paz na família: “com licença, obrigado e desculpa”.
A simplicidade destas palavras anda de mãos dadas com a dificuldade com que, muitas vezes, são empregues. Por isso, devem ser trabalhadas em família demonstrando aos mais pequeninos a bondade de agradecer, de pedir licença e a importância de reconhecer o erro.
Saber etiqueta é, por isso, saber estar; é saber ouvir; é saber agradecer; é saber partilhar; é saber pedir desculpa e saber elogiar.
A etiqueta não é mais do que uma demonstração de respeito e bondade para com quem nos rodeia.
As crianças reproduzem, com genuinidade, o comportamento que observam em casa. Por isso, devemos demonstrar-lhes através do nosso exemplo que as “boas maneiras” são parte integrante do nosso comportamento diário (não estando reservadas para “ocasiões especiais”).
Numa fase inicial, além do nosso exemplo, devemos colocar-nos no lugar dos nossos filhos e, de forma natural, adotar o comportamento esperado demonstrando-lhes como deverão fazer.
À medida que vão crescendo – e de acordo com a sua maturidade – devemos também explicar-lhes a razão de ser de cada regra para que possam perceber o porquê da adoção de um determinado comportamento.
Atualmente, com três e cinco anos, são raras as vezes que tenho de relembrar os meus filhos a utilização das palavras mágicas “se faz favor”, “com licença” e “obrigado/a” - pedir “desculpa” é o que ainda exige um trabalho diário mais profundo. Tem sido um trabalho contínuo em que educar através do nosso exemplo tem sido a forma privilegiada.
Nesta fase, é muito gratificante ver o nosso papel “abraçado” pelos nossos filhos! Sempre que um dos meus filhos se esquece da “palavra mágica”, o irmão relembra, de imediato e em voz alta, “Palavra Mágica…” tal como, desde início, lhes ensinei.
A cada dia que passa, vão ficando mais confiantes, mais seguros e aptos a conviver em diversas situações sociais adotando o comportamento adequado.
Sem dúvida que é um trabalho constante e exigente – que implica disciplina e muita persistência – mas tenho a certeza que se transformará num dos trabalhos mais gratificantes da minha vida.
Joana Andrade Nunes
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