Os meus filhos, inconscientemente, tornaram-me numa pessoa melhor. Mais bondosa e carinhosa, sem dúvida. Mais carinhosa e meiga com os meus filhos e com todas as crianças que vejo. Mais bondosa com a minha família, com os amigos e com o mundo em geral.

 

Mais tolerante. Talvez pelo exercício contínuo e permanente de exercer a paciência e esticá-la ao seu limite, ficamos mais tolerantes connosco e com os que nos rodeiam. Aceitamos melhor a personalidade de cada um, diminuímos o impacto dos seus defeitos, compreendemos melhor certas atitudes, abraçamos com mais naturalidade os seus erros. Aceitamos de bom grado o mundo e as pessoas que convivem connosco.

 

Ficamos mais próximos dos outros. Queremos viver mais de perto os bons momentos dos nossos amigos e celebrar com eles as nossas pequenas conquistas. Alargamos a nossa família para incluir os novos elementos que carecem de ligação sanguínea mas que abundam de amizade e amor. Festejamos com eles, ultrapassamos pequenos obstáculos na sua companhia, damos a mão quando precisam.

 

Desfrutamos da família. Vemos a família, os mais velhos e os mais novos, com outros olhos. Fazemos mais por eles, procuramos mais a sua companhia, cultivamos a sua presença na vida dos nossos filhos. Contamos histórias de tempos passados, revivemos a memória de quem já cá não está, criamos raízes e pilares.

 

Vivemos os pequenos momentos. Vivemos e sentimos à grande os pequenos momentos, como se de grandes momentos se tratasse. Vivemos e sentimos um sorriso, uma primeira palavra, uma pequena conquista, um abraço e um beijo. Vivemos os dias feitos com pequenos momentos que enchem o nosso coração e irradiamos felicidade à custa deles.

 

Somos mais responsáveis e comemos melhor. Não sou uma maníaca da comida e pode parecer frívolo, mas não é. Comemos melhor porque queremos que os nossos filhos comam melhor.

 

Somos mais responsáveis com os horários, com o dinheiro, com os compromissos, com a nossa própria saúde, porque a nossa vida (e a vida deles) assim o exige.

 

Fazemos sacrifícios, cedências e compromissos com boa vontade e um sorriso na cara. Por nós, pelo nosso marido, pelos nossos filhos e família, e pelos amigos.

 

Sabemos a importância do tempo e damos valor ao tempo. Minutos que parecem horas a passar e meses que se transformam em minutos a voar.

 

O mundo é melhor, mais bonito, mais colorido, com coisas melhores e pessoas melhores, e nós sentimo-nos melhores.

 

Marta Andrade Maia

My baby blue blog