Passamos grande parte da nossa vida a procurar agradar aos outros, a procurar corresponder às expectativas e a procurar encaixar em determinadas exigências da sociedade e, por vezes, quando damos por nós, percebemos que correspondemos tanto ao exterior que nos esquecemos de alimentar o interior, de alimentar a relação connosco próprios e a nossa autoestima.

Quando, de repente, damos por isso, sentimos uma grande assimetria entre aquilo que somos, aquilo que sentimos e a forma como os outros nos vêem, ficando — na consequência disto tudo — uma espécie de vazio interior, uma certa falta de amor por nós que acaba por nos ‘travar’ para a vida.

Para inverter este cenário, precisamos de cuidar da nossa relação connosco próprios, precisamos de alimentar o nosso amor próprio, no fundo alimentar a nossa autoestima. Para o fazer, devemos começar por:

1 - Cuidar de nós - o autocuidado é talvez uma das melhores formas de cuidarmos da nossa relação connosco próprios. Quantas vezes, por entre o correr dos dias, não deixamos para trás os nossos hobbies, os nossos tempo de lazer e até o cuidado com a nossa aparência. Uma boa autoestima precisa também que dedique tempo diário ao cuidado do seu corpo e do seu mundo emocional.

2 - Estabelecer relações saudáveis e positivas - as relações modelam muito da nossa forma de estar, de ser e de sentir. Procure criar e alimentar relações — românticas, de amizade e familiares — nas quais possa ter espaço para se expressar, nas quais possa cuidar e sentir-se a ser cuidado. Uma relação saudável implica que existam momentos de sintonia e de proximidade, implica afeto, colo e espaço para o contraditório. Se conseguir alimentar relações fortes e seguras, sentirá a sua autoestima também fortalecida.

3 - Ouvir os sinais do corpo físico e emocional - o nosso corpo e o nosso interior enviam-nos sinais permanentemente, recorde-se que esses sinais são a sua melhor bússola. Por isso, se for capaz de se sintonizar consigo de forma a guiar-se por esses sinais, será também capaz de se valorizar e apreciar cada vez mais e, isso, seguramente, fortalecerá todo o seu mundo interno e, naturalmente, a sua autoestima.

Lembre-se que desenvolver o nosso amor próprio e aumentar a nossa autoestima é um processo gradual, que exige que estejamos alinhados com o nosso interior e com a forma como procuramos olhar para nós. Por isso, é um processo que exige consistência e motivação, mas que a longo prazo se revelará altamente fortalecedor de todo o nosso mundo interno.

Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.