Trágico acidente

No dia 31 de agosto de 1997, às 00h26, o Mercedes que levava Lady Di bate com força no 13º pilar do túnel da Alma em Paris. O seu companheiro, Dodi Al-Fayed, e o motorista Henri Paul não resistem ao choque, enquanto Diana morre  algumas horas depois. O seu segurança Trevor Rees-Jones é o único sobrevivente.

Uma investigação é imediatamente aberta pela Justiça francesa. Os fotógrafos, que perseguiam o casal desde o momento que tinham chegado a Paris, são questionados: o seu comportamento teria forçado o motorista a conduzir a alta velocidade. Nove fotógrafos e o motorista são acusados. Dois anos após a investigação são absolvidos.

Acompanhada pela imprensa mundial, a investigação da sua morte conclui que se tratou de um acidente. O comportamento de Henri Paul - que conduzia sob o efeito de álcool e antidepressivos - e a velocidade da limousine - que circulava a 126 e 155km/h na entrada do túnel - explicam a perda de controlo do veículo.

A tese de conspiração - de que a sua morte teria sido orquestrada pelos serviços secretos britânicos com o aval do príncipe Philip, marido da rainha Isabel II - foi descartada. Essa hipótese chegou a ser defendida pelo pai de Dodi, o bilionário egípcio Mohamed Al-Fayed.

Outra investigação, realizada entre 2004 e 2008 na Grã-Bretanha, também concluiu que se tratou de um "trágico acidente".

O misterioso Fiat branco

As investigações revelaram que o Mercedes colidiu com outro veículo pouco antes do acidente. Vestígios de tinta foram encontrados na limousine e na parede do túnel.

Um casal francês, que estava perto do local do acidente, contou à polícia que viu um Fiat Uno branco. Cerca de três mil proprietários desse modelo da Fiat foram interrogados pela polícia sem resultado, alimentando as teorias de conspiração.

Em 2007, o motorista foi identificado. "O Fiat não foi responsável pelo acidente, mas foi atingido durante o mesmo", revelou uma fonte próxima.

A história atribulada do Mercedes

Um livro intitulado "Quem matou a princesa Diana?", publicado em maio pela editora Grasset, revelou que o Mercedes que transportava Diana Spencer teve uma história atribulada

O primeiro proprietário do carro, o magnata da publicidade Eric Bousquet, comprou-o em 1994. Três meses depois, o veículo foi roubado antes de ser encontrado, parcialmente destruído, num terreno perto do aeroporto Charles de Gaulle.

O automóvel foi totalmente consertado e comprado por 40 mil euros pela Etoile Limousine, a empresa de limousines e veículos de luxo que alugou o carro ao hotel Ritz. Foi lá que Diana e Dodi Al Fayed jantaram nessa fatídica noite.

"Confiámos neles. Disseram-nos que havia sido usado por um dos diretores da Mercedes France", disse à Agência France-Presse (AFP) o diretor da empresa, Jean-François Musa.

"Mas, rapidamente, demos conta de que o veículo tinha problemas quando ultrapassava os 70-80 km/h", completou.

O veículo foi enviado para a Mercedes, que garantiu, porém, que estava a funcionar normalmente.

"Usaram peças incompatíveis para reparar o veículo?", questiona Musa, garantindo que os investigadores da morte da Princesa nunca o interrogaram relativamente a esse aspeto.

Quatro meses antes do acidente, o carro foi roubado novamente, antes de ser abandonado numa autoestrada. Foi enviado para uma concessionária que fez reparos na ordem dos 17 mil euros e devolvido ao grupo Etoile Limousine e ao Ritz, onde foi escolhido para transportar Diana.

Apesar disso, durante a investigação, nunca se falou sobre uma eventual responsabilidade da Etoile Limousine ou da Mercedes France.