Foi como apresentadora do 'Extra' do 'Big Brother - Duplo Impacto' que Alice Alves se destacou enquanto comunicadora. Considerada uma das grandes apostas da TVI atualmente, é neste canal que tem recebido o carinho do público no âmbito de uma carreira que se avizinha bem sucedida.

Estivemos à conversa com a apresentadora, de sorriso e gargalhada fáceis, pronta a receber tudo de bom que a vida tem para lhe oferecer.

Como viveu a experiência de apresentar o programa 'Extra' do 'Big Brother - Duplo Impacto'?

Não estava à espera. Tive a sorte de ter visto vários colegas meus que fizeram este formato, como a Iva Domingues, a Leonor Poeiras, o Serginho, a Marta Cardoso... Isso tornou tudo um pouco mais simples porque conseguimos beber um bocadinho de cada um, embora tenha de ser eu própria.

Uma coisa é apresentar, outra é fazer reportagem. Quais foram os grandes desafios que sentiu enquanto apresentadora?

Enquanto apresentadora já fazia o 'Somos Portugal', já tinha feito o 'Euromilhões' e alguns projetos na TVI, mas neste registo não. Aqui o desafio era moderar, deixar que a conversa se tornasse interessante lá para casa, deixar que surgisse diferença de opiniões. Claro que às vezes as pessoas exaltavam-se um pouco e aí tínhamos de interferir, mas sem tomar partidos. Acho que era esse o segredo: moderar com imparcialidade as conversas que aconteciam em estúdio. Depois era dar o meu cunho pessoal, sou um bocadinho brincalhona e gostava de ter momentos divertidos.

Era fã de reality shows?

Não. Nunca fui fã, mas vivo intensamente com a minha irmã que é uma grande consumidora de todos os programas que existem. Como convivemos muito, acabo por ver por osmose. Quando acabamos por ver esta novela da vida real, envolvemo-nos na história e não conseguimos deixar. Se calhar esse é o segredo do reality show, cativar as pessoas desde o início para entrarem logo dentro das histórias.

Então a irmã terá ficado feliz quando soube que ia integrar este projeto?

Ficou, ficou histérica [afirma entre risos]. Ela adora. Ligava-me várias vezes para debater alguns assuntos com ela.

Não tenho nenhum tipo de preconceito, mas não teria a coragem de entrar

Aceitaria participar num programa destes?

Não tenho nenhum tipo de preconceito, mas não teria a coragem de entrar. É muito desafiante, é preciso ter uma capacidade de relativizar, ter espírito de equipa e de colocar muita coisa de parte, que não sei se teria coragem de pôr. Tiro-lhes o chapéu. É uma experiência social difícil.

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Alice Alves, apresentadora da TVI© DR

O programa correu muito bem em termos de audiências. Sendo a Alice considerada uma das novas apostas da TVI, como é que vive esta fase?

É uma responsabilidade. O nosso trabalho é sempre para o público, independentemente da quantidade de pessoas que nos estejam a ver. Pode ser apenas uma pessoa, mas ela merece todo o nosso empenho. Claro que é bom saber que a maioria das pessoas que escolhe ver televisão àquela hora nos escolhe a nós, mas mesmo que isso não aconteça devemos sempre dar o nosso melhor.

Não podemos ignorar que a televisão vive de audiências e de números

É óbvio que não podemos ignorar que a televisão vive de audiências e de números, faz parte, mas nunca devemos sobrepor o querer audiências ao respeito e à qualidade que queremos apresentar aos nossos telespectadores. Tem de haver um equilíbrio.

Por muito que tentemos mudar não é possível, o público ou gosta ou não gosta

O que é que diferencia a Alice de todos os apresentadores da TVI?

Se calhar o facto de eu ser um bocadinho inconsequente, penso que nisso saio ao meu pai. O meu pai, como eu, é um aventureiro por natureza, vai sem medo e só depois é que pensa no que fez. Depois talvez a minha maneira de ser, todos nós somos diferentes. A televisão tem uma coisa mágica que é: quem está a ver em casa percebe a essência da pessoa que está a apresentar, por muito que tentemos mudar não é possível, o público ou gosta ou não gosta.

Então e quando o público não gosta... como é que se lida com isso?

O público que não gosta e que faz questão de o frisar já não vem de agora, vem de outros projetos. No início custava-me muito, mesmo que fosse apenas uma pessoa já ficava triste. Mas, por muito bem que faça as coisas, por muita isenta e respeitadora que seja, há sempre alguém que fica aborrecido simplesmente por estar num dia mau.

Se for uma pessoa que não gosta de me ver não sei porque é que me vem dizer quando há tantos canais, pode pegar no comando e mudar. [Mas] As pessoas que falam mal são uma pequena minoria e fico contente que assim seja. Aprendi a relativizar. Agora, também há críticas do público construtivas. O que eu não admito é que faltem ao respeito quer comigo, quer com alguém que apareça ao meu lado no Instagram, por exemplo. Já as pessoas que eu respeito é uma opinião que me interessa muito. Os meus maiores críticos são os meus pais, a minha família é muito exigente.

Costumo dizer que a televisão me escolheu e eu apaixonei-me por ela

Como é que chegou à televisão?

Costumo dizer que a televisão me escolheu e eu apaixonei-me por ela. Sempre quis ser dentista, entrei na Universidade e ainda fiz o primeiro ano. Depois percebi que não era aquilo e quando me perguntavam o que queria, eu dizia que não sabia. Candidatei-me novamente ao ensino superior, pus uma data de opções e entre elas estava Comunicação Social.

[Isso aconteceu depois de] Numa noite de diversão em que fui descontrair com amigos para uma esplanada houve uma pessoa que me disse: 'Estou perfeitamente a ver-te na televisão' e eu disse 'nem pensar'. Achava que não batia certo com a minha personalidade e que não fazia sentido. Ele fez-me prometer que iria pôr um curso relacionado com televisão e não é que foi nesse que eu entrei [em Comunicação Social na Universidade de Coimbra]?

Fiz o curso sempre a pensar que iria entrar noutras áreas, queria escrever sobre viagens. Quando me pediram um lugar para fazer um estágio curricular nenhum dos sítios que eu queria estava disponível. Disseram-me que havia vagas para a TVI e eu disse que sim, porque sabia que tratavam bem os estagiários.

Lembra-se do seu primeiro dia?

Sim. Tive a sorte de ver e fazer logo muita coisa. Conheci a TVI toda por dentro, vi como eram os preparativos para sair em reportagem, acompanhei a apresentação de uma novela e adorei, fiquei deslumbrada. Queria ter uma boa nota de relatório de estágio e decidi que ia dar tudo.

Nunca pensou que iria ficar...

Não. O que eu queria era mesmo uma boa nota e que ficassem com uma boa impressão minha, sentir-me orgulhosa do que tinha feito. No final perguntaram-me se poderia ficar e eu fiquei.

Já vi os melhores profissionais do mundo a caírem, mas não eram boas pessoas

E essa proposta não a assustou em certa medida? Até porque a televisão ainda é um meio muito volátil...

Tem dias que me assusta, tem outros que não. Claro que é uma área muito volátil, sem dúvida que sim. Mas há uma coisa que tenho vindo a aprender, e nem é com o trabalho é mesmo com a vida: não adianta de nada eu ser a melhor profissional do mundo se eu não for boa pessoa. Se não for o melhor de mim sempre que posso, se não for aberta às outras pessoas e não tiver espírito de equipa.

Já vi os melhores profissionais do mundo a caírem, mas não eram boas pessoas, havia ali qualquer coisa que fazia com que eles tivessem de cair. Não falo só em televisão, mas sim no geral. Além disso, tenho feito alguns trabalhos fora da TVI e tenho uma rede muito segura que é a minha família. Sei que se de hoje para amanhã tudo cair, eles vão estar lá.

Se pudesse escolher um programa para apresentar, qual seria?

Neste momento não dá, mas o que eu queria era um programa de viagens. Não necessariamente num formato internacional.

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