Colaboradora da revista Jardins
desde a primeira hora,
Fernanda Botelho tem
um percurso no mundo
da jardinagem que já
ultrapassa fronteiras.


Especialista em
aromáticas e medicinais,
frequentou a SSHM
(Scottish School of Herbal
Medicine), diversos cursos
de plantas medicinais
em Londres e, por cá,
promove ações de
formação para professores
e alunos.

No seu jardim com cerca
de 400 metros quadrados
tem uma coleção
estimada em mais de 200
plantas. Em vésperas de
fazer novas aquisições
para o jardim, confessa
que o melhor presente que
recebeu para trabalhar foi
uma fork, uma ferramenta
britânica semelhante
à forquilha mas mais
robusta.

Qual a origem da sua afinidade
com os jardins?

Talvez o facto de
ter passado a infância rodeada de plantas
no campo e a adolescência entre jardins
ingleses.

Que espécies tem no seu jardim
e quais são as suas preferidas?

Tenho artemísias, aloés, alecrins, alfazemas,
abutilon, arruda, agastache mexicana, agrimónia,
aipo, alcaparra, alquemilha, alquequenje,
angelica, alcachofra, anho-casto,
aliums, araçaleiro bardana, borragem, bolbos,
bambus, basílico, beldroegas, betônica,
buchu, consolda, chagas, calêndulas, coentros,
camomilas, couves, lúpulo, matricária,
tomilhos, salvas, framboesas, gengibre,
equinácea, onagras , malvas, urtigas e jasmins.

Além desses, tenho ainda amor-do-hortelão, gerânios, ulmária, mentas,
cidreira, lúcia-lima, malaleuca alternofólia
(árvore do chá), camelia sinensis (planta
do chá), erva-moura-sonífera (Whitania
somnifera
), violetas, madressilva, passifloras,
sabugueiro e erva-de-são roberto. Um dia destes farei o levantamento, mas
tenho a certeza que ultrapassam as 200,
num quintal que mede apenas cerca de 400
metros quadrados.

Dessas, quais são as suas favoritas?

As minhas favoritas são talvez as mais
raras e difíceis e as últimas aquisições, nomeadamente as
alcaparras, o lúpulo, a whitania e a malaleuca.
Mas também não quero deixar de fora as minhas queridas
urtigas, as chagas e o sabugueiro.

Concebeu o seu próprio jardim
ou teve ajuda de alguém?

O jardim concebe-se a si próprio com
a minha ajuda de vez em quando.

Quantos dias ou horas por semana
lhe dedica?

Depende da estação do ano, mas
dedico-lhe muito menos tempo do que aquilo
que gostaria.


Veja na página seguinte: O jardins públicos portugueses que prefere

Qual o jardim público que mais
gosta em Portugal?

O Jardim Botânico de Lisboa, o da Ajuda, os jardins da Gulbenbian e o jardim do Palácio da
Pena e de Monserrate, em Sintra.

Porquê? Costuma visitá-los?

São espaços de inspiração, introspeção e também
de aprendizagem. Visito-os muitíssimas vezes.

E no estrangeiro?

Aí destaco os Kew Gardens em Londres e os Physic Gardens.

Mas também o Jardim Botânico de Oxford e o de Edimburgo, os Lost Gardens of Heligan e o Eden Project, entre outros.

Qual a ferramenta que mais utiliza quando
está a jardinar?

As mãos, a tesoura de poda e o carro de mão.

Costuma frequentar centros de jardinagem, nomeadamente para adquirir plantas e/ou ferramentas em centros de jardinagem? Quais?

Sim, costumo ir aos Jardins Sintra, aos Viveiros São Jorge na Batalha, ao Cantinho das Aromáticas para encomendas, à Viplant e ao
Victor Lourenço.

Qual o melhor presente que recebeu recentemente
relacionado com jardins?

Uma ferramenta inglesa de inox que se chama fork,
semelhante a uma forquilha mas mais robusta.

E o que ofereceu?

Umas boas galochas!

Quais os sites de jardinagem que consulta
frequentemente?

Costumo ir ao Portal do jardim e ao Cantinho das aromáticas.

Qual a próxima aquisição para o seu jardim?

Um sapo, joaninhas, minhocas, um pequeno sacho
de cobre, uma pérgola, umas calças impermeáveis e uma
boa lupa que irei comprar na fantástica loja de história natural
em Lisboa.