É psicóloga por vocação e escreve livros por paixão. O último chama-se "Clínica da Criança", e foi apresentado na Fnac do Colombo pela jornalista Rita Marrafa de Carvalho. O seu maior desejo é terminar o doutoramento, porque não gosta de deixar projectos por concluir, e o objectivo: conseguir ser boa amiga, boa filha, boa pessoa...
Este é o meu quinto livro. Já publiquei “Cada jovem é um caso”, “Como lidar hoje com os filhos”, “Guia prático para compreender o seu filho”, “Ninguém me entende!” e agora “Clínica da Infância”. Os dois últimos pela Oficina do Livro.
Há alguns anos que me dedico muito à psicologia infantil e do adolescente. Trabalho numa escola básica, dou consultas a crianças e adolescentes e ainda aulas de Psicologia do Desenvolvimento. Daí que começasse a sentir necessidade de aprofundar mais as questões comportamentais desta faixa etária. Como paralelamente mantenho a actividade da escrita, acabo por usar esses conhecimentos para escrever sobre esses temas, numa perspectiva de ajuda aos pais e educadores.
Não me considero propriamente uma escritora. Sou uma psicóloga que escreve, apenas isso. Não sei se terei talento suficiente para experimentar outro registo, mas pode ser que no futuro me aventure. Contudo, devo dizer que não escrevo só sobre psicologia infantil e juvenil. Durante quatro anos assinei uma crónica semanal na revista “Flash!”, onde escrevia sobre temas do dia-a-dia, sobretudo referenciados às mulheres. Actualmente, escrevo crónicas aqui, no SapoMulher.
Faz 20 anos em Julho de 2011. Muitas coisas me apaixonam na psicologia. A diversidade de áreas em que podemos trabalhar, por exemplo. Eu detestaria fazer sempre a mesma coisa, ter sempre os mesmos horários. A minha vida é muito diversificada. Trabalho numa escola, dou aulas no ensino superior, dou consultas, escrevo, estou a tirar o doutoramento… todos os dias são diferentes. Para além disso, ajudar as pessoas a reencontrar o seu equilíbrio emocional é um desafio que me estimula a querer ir cada vez mais para a frente, estudar, informar-me…
Agora colaboro regularmente com a revista “tvmais”, o portal Sapo-Familia e Sapo-Mulher.
Não consigo dizer qual foi a melhor experiência. Cada pessoa, cada projecto, é um desafio e como gosto muito do que faço, todos são boas experiencias, já que se aprende.
É gratificante chegar ao fim de uma terapia e ver que a pessoa conseguiu ultrapassar os seus problemas e é agora mais feliz e equilibrada. É gratificante uma criança dizer aos pais que a psicóloga «foi a melhor amiga que eles lhe arranjaram» ou levar-me um desenho onde estou eu e ela…
Há muitos! Os meus livros, por exemplo, também são uma importante fonte de alegria e de satisfação, fruto do feedback que depois recebo das pessoas que os lêem.
Habitualmente leio autores mais do âmbito da minha área, já que o meu tempo não dá para muito mais. Contudo, sou grande admiradora dos escritores António Lobo Antunes e do José Manuel Saraiva.
Sou muito eclética. Gosto desde música portuguesa (Rui Veloso, Mariza), a brasileira (Maria Bethânia, Caetano Veloso, Alcione…), passando por Seal, Blue, Elthon John, Gotan Project… depende muito do estado de espírito.
Vou mais ao cinema do que ao teatro (ainda que aprecie teatro). Não perco um filme dos realizadores Pedro Almodôvar ou Woody Allen. Gosto também muito de ver filmes de desenhos animados, porque aprecio imenso a técnica, a minúcia, o carinho com que fazem aquelas verdadeiras obras de arte! O último filme que vi foi o “Discurso do Rei “ e adorei! Os meus filmes favoritos são: “Era uma vez na América” e “A vida é bela”. Já os vi vezes sem conta.
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Jantar em casa e ficar à conversa sem hora marcada.
Aprecio a humildade, a sinceridade, a ambição na dose certa, o saber escutar …
A arrogância, a mentira, o oportunismo… a dificuldade em passar da teoria à prática (porque palavras toda a gente as sabe dizer, passar para além disso é que já não é para todos!)
Faço bijutaria em cristais Swarovski (anéis, brincos, colares, relógios). É um trabalho de minúcia que me relaxa imenso. Adoro!
Não tenho absolutamente nada contra o casamento. Apenas defendo que cada um deve escrever o guião da sua própria vida da forma que mais lhe der felicidade, ou seja, sem estar sujeito a pressões sociais. Como a minha felicidade nunca passou pelo casamento, nunca senti essa necessidade.
Conseguir terminar o doutoramento. Não gosto de deixar projectos por concluir.
A morte dos que me são queridos. É o meu maior medo e o meu maior pesadelo (talvez porque já passei por isso e sei, por experiência própria, que não há maior dor que a dor da perda).
Tenho momentos de felicidade, que aproveito ao máximo enquanto duram!
(Texto: Palmira Correia)
(Foto: Augusto Brázio)
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