O movimento O MAIOR SORRISO DO MUNDO nasce em 2013 para reforçar esta mensagem e representa alegria, amor, saúde e bem-estar.

Figuras públicas e empreendedores aderiram à causa e partilharam os seus testemunhos. Leia a história de Álvaro Covões.

O que o faz sorrir?

Álvaro Covões: A vida. Acordar todos os dias.

Aquilo que o faz sorrir é o mesmo que o faz feliz?

Álvaro Covões: Só somos felizes se sorrirmos, não há outra forma.

Saiu um estudo que revela que os portugueses estão a sorrir cada vez menos. O que é que nos faz falta?

Álvaro Covões: Acreditar e, acima de tudo, trabalhar mais.

Sendo um empreendedor, que conselhos tem para um empreendedor que tenha perdido o sorriso?

Álvaro Covões: Para toda a gente, não só para um empreendedor. Nós temos sempre de procurar uma solução para os problemas. Acho que o homem tem um estado em que se acomoda, deixa de lutar, de acreditar e de sorrir e isso não pode acontecer.

Já passou por alguma grande adversidade?

Álvaro Covões: A maior adversidade da vida é a morte, tudo o resto é reversível. Quando perdemos alguém também perdemos o sorriso, existe um fim, não tem volta a dar. Perdi a minha mãe recentemente e o meu pai, tinha eu na altura 26 anos. Essas foram as maiores adversidades. Também já lidei com mortes a nível profissional.

Qual é a história que se recorda com a sua mãe que o tenha feito sorrir mais?

Álvaro Covões: A minha mãe era espanhola e quando falava português achava que estava a falar corretamente e cometia muitos erros que me faziam rir imenso, só com isso já sorria todos os dias quando estava com ela.

Se pudesse deixar alguma história para os seus netos lerem daqui a algumas décadas, sobre o que seria?

Álvaro Covões: Lido com muitas pessoas, tenho milhares de histórias. Não tenho uma vida com um horário das 9h às 17h, como muitas pessoas têm. Não tenho nenhuma que se possa destacar de outras, tenho muitas.

Nesse caso, que conselho é que deixaria para os seus netos?

Álvaro Covões: O melhor conselho é sorrir, sempre. Devemos ter uma atitude positiva na vida, olhar para a adversidade enquanto uma “oportunidade”. Às vezes a pessoa desce tão fundo que é difícil olhar para a adversidade dessa forma, mas devemos sempre acreditar pelo melhor, não desistir. Há uma pergunta que os jornalistas me fazem sempre todos os anos: «com a crise acha que este ano vai ser mais difícil?» e eu já ouço falar da crise há muitos anos, já vivemos em crise há muito tempo. Os portugueses têm de procurar oportunidades, trabalhar muito, não podemos estar à espera que os outros nos resolvam os problemas. Também não podemos viver com medo. Temos de incutir o sorriso e contrariar o negativismo que se vive no nosso país.

De que forma é que lida com o sorriso na sua área?

Álvaro Covões: Quem está em lugares como eu consegue dar felicidade às pessoas, por um período de tempo elas sorriem.

É esse o fator que analisa para perceber se um concerto está a correr bem?

Álvaro Covões: Quando vamos a um evento, seja ele qual for, é com o objetivo de nos divertirmos, para nos sentirmos bem, é quase uma terapia. Ninguém vai ver um espetáculo, uma exposição, uma peça de teatro para se aborrecer. Vão para tirar a carga negativa de cima. Num espetáculo olho para o público, ou seja, para o lado contrário para onde as pessoas olham e vejo o estado de espírito, se estão a sorrir. A minha família está ligada ao Coliseu de Lisboa e por isso tive o privilégio de nascer nesta área. Qualquer pessoa que faça os outros sorrir, é feliz. A felicidade estende-se a quem a influenciou.

Que sonhos tem por realizar?

Álvaro Covões: Já fiz tanta coisa.

Não tem bucket list?

Álvaro Covões: Tenho: viver e conseguir ter resultados positivos naquilo que faço. O meu maior sonho seria o de ajudar a tornar a sociedade portuguesa “melhor”. Gostava de transformar este país, mudar a mentalidade, para que quando alguém vê passar um Ferrari tenha um estado de espírito de pensar que “um dia vai ter um”, no lugar de pensar “ olha um bandido, de certeza que roubou para ter aquele carro”.

Entrevista: Mafalda Agante

Mafalda Agante

Associação Sorrir